domingo, 21 de setembro de 2014

Lado a Lado - Capitulo 34 - Final

(...)


Parte V


Depois do jantar o pessoal se reuniu na sala novamente para conversar mais um pouco, eu fiquei na cozinha colocando as coisas em ordem. Eu estava realmente aérea sem saber muito o que pensar, minha cabeça estava dando um nó com a ansiedade para o concerto mais a noite e com aquela conversa esquisita que tive com Karina. Estava mergulhada em meus pensamentos que não percebi Lucas entrando na cozinha e acabei me assustando quase deixando cair os pratos que levava para a pia no chão quando Lucas se aproximou.
- Lucas, que susto! - disse colocando a mão no peito.
- Ei, calma... - disse ele pegando os pratos do meu outro braço. - O que houve que você está assustada? - disse ele colocando os pratos sobre a pia e voltando a me encarar.
- Não estou assustada, só não ouvir você entrar. - disse me recuperando do susto.
- Katrina meu amor, sou você não conversou com ninguém durante o almoço todo! - disse Lucas segurando em minha cintura e me puxando para si.
- Desculpa, deve ser o concerto. - Forcei um sorriso
Ele sorriu também e me abraçou colocando minha casa sobre seu peito e ficou acariciando meus fios de cabelo curto.
- Meu amor, não precisa ficar preocupada vai dar tudo certo.
- Eu sei. - disse com a voz quase inaudível.
- Mas, tem mais alguma coisa te incomodando. - disse ele segurando em meus ombros e me afastando de seu peito. - Me fala o que está acontecendo? - disse ele me olhando nos olhos.
- Não vou conseguir esconder nada de você, não é? - disse sorrindo, de verdade.
- Não mesmo. - sorriu.
- Você já pensou em largar tudo e voltar para o Brasil? - disse.
- Como assim? - disse ele me olhando confuso.
- Desistir de seu contrato com a agência, eu da minha faculdade na academia de musica e voltar para o Brasil.
- Katrina, o que houve com você? - disse ele me olhando assustado.
- Eu se nós tivéssemos um motivo bem forte para voltarmos?
- Meu amor, eu não estou entendendo. Que motivo?
- Lucas, sua mãe estava conversando comigo mais cedo e ela acha que eu...
- Kath, cadê você...ah, você está aqui! - disse Asha aparecendo de supetão na cozinha.
Suspirei e sorri olhando em direção a Asha. 
- Ops, atrapalho?
- Nunca Asha. - disse Lucas olhando para Asha rindo enquanto segurava-me pela cintura.
- Que bom, preciso roubar a Katrina de você por um minuto! - disse Asha pegando em minha mão e me puxando.
- Só por um minuto hein! vou cronometrar.. - disse Lucas beijando minha mão.
- Okay, Romeu! Sua donzela estará sã e salva em seu quarto, qualquer coisa só procurá-la.
- É que eu sinto saudades. - disse ele me olhando com carinha de dó.
- Awn Asha, olha essa carinha... - disse segurando o seu rosto e disparando uma sessão de selinhos.
- Ah, stop, stop, stop please... - disse Asha me puxando de Lucas - Credo, já vivem juntos deixe um pouco da minha amiga pra mim. 
Lucas riu e eu o acompanhei.
- Agora vamos.- disse Asha me carregando para fora da cozinha.
Começamos a caminhar até o meu quarto onde encontrei Byanka já esticando o meu vestido que Asha havia me dado em cima da cama.
- Esse é o vestido? - disse.
- Yeah!! - disse Asha - um luxo, não é?
- Ele é perfeito, Asha! - disse analisando cada centímetro do vestido.
O vestido era rosê, toma-que-caia, com uma fenda em meio ao seios e com aplicação de pedrarias.
- Você deve ter pagado muito caro nesse vestido... - disse levantando o vestido e o colocando em frente meu corpo e me olhando no espelho.
- Isso não importa, Kath.
- Mas, só para deixar bem claro que ele é um verdadeiro Armani. - disse Byanka balançando a sacola de papel.
- Asha, porque você gastou tanto? Eu poderia usar um dos meus vestidos...
- De jeito nenhum e outra você precisa estar arrasando naquele palco hoje a noite.
- Você não tem jeito! - sorri - Thanks!
- De nada, mas agora vamos mãos a obra.
- Que?
- Vamos te arrumar, Katrina! - disse Byanka.
- Mas já? - disse confusa.
- Já? estamos atrasadas, dear!
Asha me empurrou para o banheiro para que eu tomasse banho e depois começou meu tratamento especial. Byanka ajudou Asha para arrumar meu cabelo curtíssimo, depois Asha lacrou na minha maquiagem de olhos marcados e boca nude e por fim o vestido acompanhado com um salto meia pata nude. Lucas as vezes ia conferir o que estava acontecendo dentro de nosso quarto, mas Byanka e Asha expulsava-o antes que pudesse me ver. Karina, Paulo, Leandro e Stuart haviam ido para o meu velho apartamento para se aprontarem também para a o concerto. Fiquei pronta por voltas das nove horas da noite, estava impecável, me senti bonita novamente, como não me sentia a muito tempo.
- Finish! - Asha sentou-se na cama parecendo cansada.
- Asha, vamos precisamos nos arrumar também. - disse Byanka.
- Okay, vê se não estraga a minha obra-prima. - disse Asha se levantando e indo em direção até a porta.
- Tudo bem, eu prometo! - disse sorrindo.
Asha antes de sair mandou um beijo e sorriu, sorri de volta.
Alguns segundo depois Lucas entrou no quarto e me viu toda pronta e sorriu de orelha a orelha.
- Acho que Deus esqueceu anjo aqui. - disse ele sorrindo.
Sorri.
- Você está linda, quero dizer, mais linda do que já é. - ele se aproximou de mim e segurou em meu rosto.
- Você que é bobo demais. - disse 
- Concordo, mas por você. - disse ele me dando um selinho demorado.
- Hmmm - tento me soltar - Asha vai te matar! - disse rindo.
- Porquê?
- Você me borrou inteira. - disse limpando o pequeno borrão de batom.
ele riu.
- É porque ela não vai ver como você vai ficar toda borrada hoje depois do concerto! - disse ele tirando a camisa.
Ri alto.
- Posso saber porque estarei toda borrada? - disse fingindo não saber o que iria acontecer.
- Segredo! - disse Lucas me roubando um selinho rápido e indo em direção ao banheiro.
Enquanto Lucas se aprontava para o concerto, arrumei o meu batom borrado, andei pelo apartamento inquieta, de um lado para outro até que resolvi ir até o piano e passar mais algumas vezes a música.
Quando foi por volta das onze horas Lucas e eu fomos em direção ao Hyde park onde seria feito o concerto. A família de Lucas, Asha, Stuart e Byanka iram estar nos esperando na plateia, Lucas também teria que ficar na plateia, mas antes me deixou no camarim.
- Vai dar tudo certo! - Disse ele segurando meu rosto com as duas mão e beijando minha testa. - Eu vou estar bem na primeira fila te assistindo.
- Tudo bem. - estava suspirando de nervosismo e tremendo de medo.
- Eu te amo. - disse ele.
- Eu também te amo. - dei-lhe um beijo e seus lábios me proporcionaram calma.
- Eu preciso ir. - disse ele.
- Tudo bem, vá.
Ele beijou minha mão e depois saiu me deixando nervosa naquele camarim improvisado em meio ao Hyde Park, onde nossas vidas começaram a ser escritas juntas. Eu sei que aquela seria a última vez em qual eu estava tocando naquele lugar, que seria a ultima vez que passaria o ano novo em Londres, algo dentro de mim concordava com Karina e outra parte de mim pedia que eu tirasse a prova de tudo isso e a antes que eu pudesse pensar em algo Karina entrou em meu camarim me surpreendendo.
- Posso entrar? - disse ela.
- Claro, Karina. - sorri.
Ela entrou carregando uma caixinha vermelha amarrada com um laço dourado.
- Vim te trazer um mimo. - disse ela meio sem jeito. - e te desejar boa sorte, claro!
Sorri.
- Obrigada! - disse.
Ela me entregou a caixinha e me abraçou logo em seguida e depois saiu lentamente sem me dizer mais nenhum palavra. Assim que Karina saiu, comecei a abrir a caixinha e me deparei com, sim, um teste de gravidez e outra caixinha só que dessa vez ela era preta e aveludada. 
Fiquei alguns segundos olhando para a a caixinha aberta e depois larguei em cima da poltrona e me levantei, levei uma mão no rosto sem saber muito bem o que fazer com aquilo, Karina estava fazendo muita pressão sobre mim, eu nem se quer sabia se estava grávida de verdade e já me sentia frágil como uma grávida e sem falar nas várias possibilidades que passavam em minha cabeça em relação ao Lucas, pois estávamos vivendo em mundo onde só eramos eu e ele, não sei se Lucas iria gostar de ser pai aos seus 23 anos, ainda traçando sua carreira. Depois de tanto pensar resolvi acabar com aquilo de uma vez por todas peguei o teste e fui até o banheiro e fiz o teste. Me senti uma desmiolada concordando com as ideias de Karina, mas era preciso, eu não queria me torturar por mais nenhum dia. 
O teste demorava apenas trinta segundos para revelar o resultado, mas confesso que nunca demorou tanto para que trinta segundos passasse. Sentada na poltrona já dentro do meu camarim, segurava o bastão com as duas mãos o encarando e um nervosismo se misturava com o outro e estava prestes a desistir quando o bastão começou a ficar lilás bem clarinho e em questão de segundos o bastão ficou azul turquesa, peguei a embalagem no desespero e li na descrição "if blue color appears: resuldado is positive". Caí sentada na poltrona novamente como um saco de batatas jogado no chão, encarava a porta incrédula e alguns lágrimas escorreram pelo rosto. Era real, eu seria mãe. Comecei a sorrir tão amplamente que as duas extremidades da minha boca podiam se encontrar, estava tão emocionada que perdi a noção do tempo, só me lembrei que precisava estra no palco as onze e vinte e cinco quando um dos músicos da orquestra passou em meu camarim para avisar-me sobre meu atraso. Guardei o teste junto com a caixa e depois verifiquei se minha maquiagem não havia ido pro saco e segui para o palco, onde havia um DJ animando as pessoas enquanto o concerto não começava, mesmo com o som tocando alto consegui ouvir a quantidade de pessoas que estavam no Hyde Park, meu coração acelerou, minhas mãos começaram a ficar suadas e trêmulas, consegui ver Lucas sentado ao lado de Karina bem na primeira fila como ele havia prometido. O cenário do palco lembrava um pouco a primavera e não o inverno, o piano branco localizado no centro do palco e a frente de todo o resto da orquestra me mostrava que estaria em destaque. Eu precisava recuperar a espontaneidade da Katrina de antes, que falava as coisas sem pensar, que agia como se o último dia fosse hoje, mas agora usando isso ao meu favor.
Quando o DJ parou de tocar e as luzes se apagaram atrás da cortina vermelha de veludo entendi que aquela era a hora. Caminhei até o piano e me sentei na banqueta,arrumei a calda de meu vestido e fiquei olhando em direção as teclas do piano em meio ao semi-escuro que as luzes do Hyde Park proporcionava e pedi pra que mamãe onde que estivesse pudesse me escutar tocar e ver como sua vida significou tanto para mim que resolvi completar o que a vida não lhe deixou fazer e também queria que mesmo que aquele meu bebê não passasse de um poucos centímetros dentro de mim queria que o primeiro som que ele escutasse fosse o som proporcionado pelas minhas mãos: a música.
Depois dos 45 músicos estavam em seus lugares e tudo preparado, escutei o reitor de minha faculdade dar a notícia que o concerto de ano novo de Londres iria começar, escudei uma multidão aplaudir e em seguida as cortinas se abrirem. Meu estômago deu um giro me mostrando o quanto estava nervosa, procurei Lucas novamente e o achei iluminando o lugar com seu sorriso enquanto me olhava. Um canhão de luz focalizou em mim e então o maestro começou a nos reger e a orquestra começou a tocar. Aquela euforia me acertou em cheio, o som que todos aqueles instrumentos, inclusive o meu, proporcionava um som incrível juntos formando uma trilha sonora para aquela noite. Em alguns momentos meus olhos se inundaram, mas logo me recompus e alguns minutos depois a abertura do concerto estava feita, o publico aplaudiu euforicamente me senti aliviada e feliz pelo meu talento. Depois de reverenciar o publico sai logo depois do piano ser removido para o canto do palco e então o resto da orquestra começou o concerto ensaiado o ano inteiro, eu até sabia algumas músicas, mas o maestro referiu me deixar somente com a abertura. estava pronta para descer do palco e encontrar o amor da minha vida e lhe a notícia, quando um dos organizadores do concerto me pediu que eu aguardasse o final do show em cima do palco no canto, concordei, talvez no final haveria um encerramento com a mesma música.
De onde eu estava no palco eu conseguia ver Lucas me olhando e sorrindo quando percebia que estava o olhando, durante todo o concerto vi Stuart e Asha trocando flertes e logo atrás deles Byanka fugindo das investidas de Leandro, Paulo e Karina assistiam encantados o concerto. Ao final da última música, o piano foi recolocado de lado ao centro do palco e logo em seguida quando meu maestro pediu que eu fosse até o piano novamente e tocasse a música que estava na pauta, fui meio confusa  e meio insegura também, pois não havia ensaiado mais nenhuma outra música e não saberia o que fazer se algo desse errado. 
Me sentei novamente na banqueta e enquanto arrumava o vestido procurei Lucas na plateia e não o encontrei, pronto era o meu fim de tanta angustia. Mesmo sem Lucas tomei coragem e comecei a tocar com a autorização do maestro e os outros instrumentos me acompanharam, no mesmo instante ouvi a voz de Lucas ecoar das caixas de som por todo o parque me deixando completamente surpresa.
(Clica no link, bota pra tocar e depois continue lendo: http://www.kboing.com.br/lucas-lucco/1-1282319/)
Procurei Lucas por todos os cantos na plateia e em minha frente, mas eu não podia soltar as teclas do piano por nenhuma hipótese, continuaria tocando mesmo com as mãos tremendo os olhos cheios de lágrimas enquanto ouvia Lucas cantando a música que havia feito para mim enquanto treinava em casa no meu piano.
Senti sua presença vindo atrás de mim e quando senti o seu cheiro abri um sorriso tão grande quanto o que havia aberto quando recebi a noticia da gravidez. Ele se sentou ao meu lado na banqueta e beijou no topo da cabeça e voltou a cantar, sua voz doce e carregada de sentimentos preenchia aquele lugar, me fazia sentir a pessoa mais amada do mundo e fazendo-me sentir talvez uma pessoa que não merecia tudo aquilo. 
Eu não queria que aquele momento acabasse em nenhum momento, era tão mágico que me dava forças para continuar ali tocando enquanto meu coração pedia que eu voasse para cima de Lucas e o beijasse ali mesmo, seus olhos ás vezes encontravam os meus, sua mão brincava com meus fios curtos de cabelo e sua boca depositou um beijo em meu ombro e em seguida se levantou e foi em direção a lateral do palco onde pegou um buquê de rosas e voltou em minha direção, pegou em uma de minhas mãos fazendo-me parar de tocar e depois me levantou e me pôs de frente para ele onde seus olhos diziam tudo o que sua boca queria dizer para mim, mas a única coisa que sua boca soltou foi:
- Feliz ano novo! - disse ele sorrindo
(Desligue a música e continue lendo)
Em seguida a queima de fogos de artifício começaram a anunciar a entrada de mais um ano. Haviam fogos sendo soltos no Hyde Park e no Big Bang, a orquestra havia parado de tocar e eu e Lucas continuamos ali nos beijando em cima do palco enquanto segurava meu buquê.
- Você é doido, Lucas! - Sorri e chorava ao mesmo tempo.
- Você merece Katrina, você é uma vencedora e eu te amo muito, muito, muito mesmo. - disse ele limpando minhas lágrimas.
- Mas agora você vai ter mais uma pessoa para dividir esse amor. - disse um pouco abafada pelo barulho dos fogos.
- O que? - disse ele me olhando confuso.
Se aproximei de seu ouvido.
- Eu estou grávida, Lucas!
Ele me segurou pelos ombros e me olhou assustado.
- Eu vou ser pai? - disse ele sorrindo, mas seus olhos continuaram assustados.
- É, se eu estou grávida, você vai ser pai! - ri.
- Puta que pariu! - disse ele me pegando pela cintura e me erguendo e começou a me rodar.
- Ai - risos - Lucas, eu vou cair - mais risos.
Lucas me colocou no chão e me olhou sorridente.
- Você descobriu como? - disse ele feliz.
- Vamos descer e conversar com sua mãe. - disse pegando em sua mão.
Os fogos já haviam sessados e a festa que iria começar logo apos a queima de fogos havia começado, a música do DJ já estava tocando novamente, as cadeiras estavam sendo substituídas por alguns bancos e sendo montados alguns quiosques que serviriam como bar para servir a bebida.
Ao sairmos do palco encontramos todos nos esperando felizes, nos desejando feliz ano novo e ao nos verem Asha surtou.
- Oh shit! o que foi aquilo, my god? - disse Asha em nossa frente saltitante.
Sorrimos.
- Eu quero isso se a gente for casar... - disse Asha olhando para Stuart e apontando para nós.
- Espera ai, vocês dois... - disse.
- É, a gente tá junto. - disse Stuart abraçando Asha.
Ai meu core.
- Ai que meigo! - disse Byanka cruzando os braços.
- Oh recalque, você não vai ofuscar my shine, não! - disse Asha.
Todos riram.
- Ela não tá de recalque, por que ela tem euzinho aqui! - Disse Leandro agarrando Byanka.
- Katrina o Lucas é assim também? - disse Byanka tentando empurrar Leandro.
Ri e olhei para o  Lucas.
- Olha Byanka, o Lucas não é igual o Leandro - disse olhando para Lucas depois olhei em direção a ela - Ele é bem pior quando ele quer.
Risos.
- Eai irmão, conseguiu pegar a Byanka? - disse Lucas ainda me segurando pela cintura.
- Eu lá sou lata para ser pegada? - disse Byanka.
- Antes fosse uma lata, está mais pra ancora do Titanic! - disse Leandro a soltando.
- O que você quis dizer com isso, menino? - disse Byanka encarando Leandro.
- Que está mais fácil encontrar chifre na cabeça de cavalo! - disse Leandro desolado.
- Ou é você que é mole demais! - disse Byanka segurando Leandro pelo colarinho e o encarando de perto - e eu adoro quando você fica assim... - disse ela logo tascando um beijo no Leandro na frente de todo mundo.
Fiquei de queixo caído quando o que havia acabado de acontecer bem diante dos meus olhos. Karina ficou até assustada, Paulo caiu na risada como resto de nós até que Stuart resolveu separar os dois.
- Ei garanhão, larga a minha irmã já chega, não é?! - disse Stuart separando os dois.
- Chega? Nem comecei ainda, vou bagunçar sua irmã inteirinha! - disse Leandro ofegante.
Ri baixinho acompanhado de Lucas.
- O que você falou, Moleque? - Disse Stuart encarando Leandro.
- Saí Stuart, para de ser implicante! - disse Byanka.
- Vem dear, deixa eles se curtirem. - disse Asha rindo e puxando Stuart longe de Leandro.
- Tô de olho em você! - disse Stuart desconfiado.
- E vocês o que tanto conversavam lá em cima? - disse Paulo.
- Ah, além de seu filho ser um doido e ainda vai me matar do coração - sorri em direção ao Lucas - Eu tenho uma notícia para dar.
Lucas e eu ficamos nos olhando vidrados um no outro.
- Qual notícia? - perguntou Karina já com um sorriso nos lábios.
- Eu estou grávida, pessoal! - disse sorrindo.
- WHAT? - disse Asha abismada.
- Veio, se vai ser pai! - disse Leandro para Lucas.
Olhei em direção a Karina que estava com as mãos no rosto e os olhos cheios de lágrimas.
- Parabéns Vovôs! - disse em direção a Karina e Paulo que nos abraçaram mega felizes.
Asha me abraçou fortemente mais não tão mais forte de Stuart que me chegou a levantar do chão e dar uma rodada comigo. Byanka apenas sorriu, não entendeu muito bem a notícia e Leandro se animou completamente com a ideia de ser tio.
Senti falta de vovó naquele momento e foi quando percebi que ela não estava por ali conosco.
- Vovó? Onde ela está? - perguntei.
- Ah é, vovó disse que não estava se sentindo muito bem, com dor de cabeça e preferiu voltar para o nosso apartamento. - disse Stuart.
- Mas ela está bem? - perguntei.
- Sim, ela só estava cansada. - disse Karina.
Queria dar a noticia que ela seria bisavó, com certeza se encheria de alegria como papai e mamãe estariam se estivessem ali.

*~

Alguns meses depois Lucas e eu voltamos para o Brasil, deixando Stuart, Asha e Byanka morando no apartamento que Lucas havia comprado quando nos casamos, já que o nosso velho apartamento pertencia a agência de intercambio e o período de intercâmbio de Stuart estava acabando. Karina, Paulo e Leandro foram embora assim que as festas de ano novo terminaram, Leandro e Byanka combinaram que assim que Leandro completasse dezoito anos ele voltaria para Londres e assim continuaram "juntos".
A única noticia ruim de todo esse tempo foi vovó que chegou ao Brasil com pneumonia, não deu nem uma semana vovó foi internada as pressas na UTI com dificuldade para respirar,pensei que fosse pelo frio de inverno em Londres,mas o médico me garantiu que se tratava de uma pneumonia viral, por isso decidi ficar na casa da praia que vovó havia comprado em Santos, mesmo Karina querendo que eu fosse morar em Goiânia para que ela pudesse ficar mais perto de mim e do bebê.
Eu gostava de ficar na varanda da casa olhando para mar sentada em uma poltrona de sisal acolchoada sentindo a brisa do mar mexer em meus cabelos que já estavam estilo Chanel. Eu ficava ali sozinha acariciando minha barriga já de cinco meses contando os dias para vovó voltar para casa com saúde e tentando ficar tranquila para que o meu bebê nascesse bem e saudável. Lucas e eu decidimos não saber o sexo do bebê, pois assim receberíamos um presente surpresa no final dos nove meses, mas todos os exames eram realizados, tanto no bebê quanto em mim, já que o câncer poderia se manisfestar novamente a qualquer momento.
- Oi... - disse Lucas aparecendo na porta da varanda apenas com a cabeça.
- Oi meu amor - digo me ajeitando na poltrona e sorrindo.
- Tá tudo bem por aqui? - disse ele se aproximando.
- Aham. - ele agachou em minha frente e pegou em minha barriga e deu-lhe um beijo.
- E a princesinha do papai, como está? - disse ele fazendo carinho em minha barriga.
- Ou principezinho. - sorri.
- Não sei, mas algo me diz que é uma menina... - disse ele se levantando e sentando ao meu lado, aproveitei e me encostei em seu peito e seus braços me envolveram.
- Só porque a menina é mais grudada com o pai, seu safado! - disse falando quase em um sussurro.
- Claro! - riu.
- E vovó, como está? - perguntei.
Lucas havia ido visitar vovó em meu lugar já que eu estava frágil pela gravidez e corria risco de pegar alguma infecção ou vírus.
- Ela está bem, quero dizer, sem alterações em seu estado! - disse ele brincando com meus cabelos vivos novamente.
- Eu queria que vovó estivesse aqui com a gente, ela iria gostar tanto de ver nosso filho crescer a cada dia. - disse enfraquecendo a voz.
- Ei, ela vai ficar bem. - disse Lucas beijando o topo de minha cabeça.
Ficamos alguns minutos em silêncio quando de repente senti uma pressão forte em uma lado da barriga, coloquei a mão sobre o local e senti o pezinho do bebê que estava empurrando a parede do útero, meus olhos se encheram na hora e eu comecei a rir e a chorar ao mesmo tempo.
- O que houve? - disse Lucas confuso.
- Me dê sua mão Lucas, rápido... - disse pegando suas duas mãos e me desencostando de seu peito e depois colocando suas mão em minha barriga.
- O que foi? - disse ele olhando sem entender.
- Sente... - disse sorrindo.
Segundos depois o bebê chutou novamente com mais força.
- Ai meu de Deus... - disse Lucas surpreso - Ele tá chutando?
Assenti enquanto chorava de emoção e ria de felicidade.
- É a primeira vez que ele faz isso. - disse olhando-o e sorrindo.
- Você está ouvindo o papai e a mamãe conversar é? - disse Lucas falando perto da barriga.
Ele chutou mais uma vez.
- É, ele está escutando! - disse Lucas beijando a barriga novamente - papai e mamãe ama você! - disse ele segurando minha barriga ainda.
- Ai coisa linda, Lucas! - sorri.
- Eu sei! - sorriu pra mim e depois voltou a se sentar novamente ao meu lado e me encostei em seu peito.
-Já pensou em algum nome? - perguntei me aconchegando em seu peito.
- Já, Jurema se for menina e Josevaldo se for menino! - disse ele serio e depois começou a rir.
- Ai meu amor, credo! - ri.
- Desculpa, eu não pensei em nada, mas o que você decidir eu concordo!
- Ah, mais assim não é justo! - disse pegando em sua mão - Vamos combinar: Se for menina eu escolho, se for menino você escolhe
- Tudo bem, mas você já pensou no nome?
- Letícia.
- Letícia?
- Sim - sorri - Era o nome da minha mãe.
Lucas ficou em silencio durante algum tempo depois se inclinou até minha barriga e fingiu cochichar.
- E aí Letícia, que responsabilidade hein! - disse ele e depois rimos.

Um mês depois vovó não resistiu e faleceu de parada múltipla dos órgãos, foi difícil para mim enfrentar mais um baque na minha vida daquele porte, era como se eu estivesse enterrado minha mãe de novo, mas agora no Lugar de vovó segurando em meus ombros e dizendo que sou forte era o Lucas quem havia me dado muitas forças para lutar pela coisa mais importante da minha vida que ainda estava dentro de mim e dependia de mim para sobreviver. Preferi não sair de Santos e continuar morando na casa de praia, já que aquele lugar tinha ar de casa, de lar e seria em um lugar assim que eu meu filho iria crescer.
Karina veio até Santos para cuidar de mim quando comecei a chegar perto dos nove meses, Paulo e Leandro ajudou Lucas arrumar o quartinho do bebê que foi todo decorado com a cor amarela e ursinhos de pelúcias. Alguns dias antes de eu completar os nove meses, Asha, Stuart e Byanka vieram para o Brasil pelo Brasil pela primeira vez, Byanka reencontrou Leandro e pegou fogo como álcool e brasa se é que me entende. Todos estavam ao meu redor novamente, mas quem esteve comigo em todos os momentos do nascimento do bebê foi o Lucas.
Lucas ficou muito assustado quando comecei a gritar de dor em nosso quarto em uma terça-feira de agosto, mas pensou rapidamente me pegou e colocou no carro e me levou as pressas para o hospital onde entrei berrando aos quatro ventos de tanta dor que estava sentido, era como se fosse uma cólica, porém um milhão de vez pior.
Me colocaram em uma maca e começaram a caminhar comigo até que o médico parou e perguntou se o Lucas queria assistir ao parto.
- Precisa? - disse Lucas com medo.
- LUCAS! - Gritei acompanhada de vários berros.
- Tudo bem doutor, eu vou. - disse Lucas assustado com a minha reação.
- Enfermeira, leve o pai para colocar a roupa de centro cirúrgico que vamos levá-la para a sala de parto.
- Meu amor,  vai dar tudo certo! - disse Lucas segurando minha mão e me dando um selinho rápido.
Minha visão estava embaçada de tanta dor, mas não consegui dizer nada apenas chorei. Depois Lucas seguiu com a enfermeira e eu fui encaminhada para a sala de parto que estava cheia de aparelhos. Quando o médico me perguntou qual parto eu havia planejado respondi que não tinha pensado, mas que escolheria o normal já que nunca mais queria ter alguém me abrindo como a última vez na cirurgia para a retirada dos tumores do meu pulmão.
- Katrina meu amor, você é frágil! - disse Lucas morrendo de medo.
- Lucas eu vou dar conta eu sei disso... Aaaahhhhhh! - gritei com fervor.
- Doutor ela teve um câncer de pulmão, ela não pode fazer isso. - disse ele.
- Meu filho, ela está SEC e outra não dá mais para esperar a dilatação já está bem grande. - Disse o médico aconselhando Lucas.
- Eu vou ficar bem! - disse segurando sua mão com força.
Lucas me olhou nos olhos e depois me beijou rapidamente.
- Vamos lá Katrina, preciso que você faça bastante força agora! - disse o médico afastando minhas pernas.
Segurei forte na mão de Lucas e fiz toda a força que podia, gritei por muito tempo e nada. O parto durou cinco horas, eu já estava perdendo as minhas forças e Lucas estava me olhando apreensivo como se houvesse algo errado.
- Vamos lá, falta bem pouco! - disse o médico.
Fiz força máxima pela última vez quando senti um alívio enorme, como se eu estivesse entrando em êxtase e logo em seguida ouvi um choro, um choro alto, um choro forte e estrondante que ecoou pela sala inteira. Era o choro do meu filho, o primeiro som feito pelo meu motivo de vida e pela cara de bobo que Lucas fez ele estava vindo em nossa direção.
- Parabéns papais, é uma menina! - disse a enfermeira sorrindo e trazendo consigo o meu bem mais precioso.

Peguei minha pequena Letícia nos braços que ainda chorava muito, não era pra menos, filha de Katrina Prado e Lucas Corrêa dois seres chorões. Passei as pontas dos meus dedos em seu pequeno rostinho ainda inchado e sujo de sangue, mesmo assim a coisa mais linda do universo, mesmo que seja do meu universo.
- Nasceu meu amor... - disse chorando olhando em direção ao Lucas.
Lucas estava chorando quanto eu, estava trêmulo e emocionado.
- Oi princesinha do papai. - disse Lucas beijando sua cabecinha enquanto chorava.
- Ela é tão linda, não é meu amorzinho?! - disse olhando para Letícia.
- Eu preciso levá-la para a encubadora - disse a enfermeira.
- Tudo bem - disse sem querer soltá-las de meus braços. - vai lá, meu anjo. - disse dando um beijo em minha filha e a devolvendo para a enfermeira.
Lucas me deu um beijo mais demorado e depois me deitei de vez na cama e em menos de dois segundo apaguei em um sono profundo, estava muito cansada.
Sonhei que mamãe e papai estariam em minha frente sorrindo, eu estava em um quarto com Letícia no colo dormindo calmamente, mamãe se aproximou e conferiu o rostinho de Letícia com as pontas dos dedos e depois voltou a olhar para mim.
- Ela é linda, minha filha! - disse mamãe.
- Eu queria tanto que vocês estivem aqui de verdade. - disse.
- Sempre estivemos aqui, olhando por você! - disse papai.
- Trouxemos um presente para ela. - disse mamãe tirando uma correntinha que carregava uma nota musical como pingente do bolso e depois colocou no bracinho dela.
- Obrigada, mãe! - disse sorrindo.
Ela sorriu juntamente com papai.
- Agora descansa meu amor! - disse mamãe beijando minha testa.
Tudo apagou como se fosse um apagão geral. Acordei lentamente com um algumas dores no corpo, mas nada parecido com o que tinha passado na hora do parto, encontrei Lucas sentado em uma poltrona ao lado da cama com nossa filha em seus braços.Ele sorria como um pai abobalhado, brincava com os seus pequenos dedinhos e distribuía vários beijos.
- Sabia que você ficou mais lindo quando passou a ser um pai babão! - disse sorrindo.
Lucas levou um susto.
- Já acordou meu amor?! - disse ele se levantando.
- Que horas são? - perguntei.
- Você dormiu quatro horas só, meus pais e meu irmão estão em casa junto com Asha, Stuart e a Byanka.- disse ele se aproximando.
- Porque ela está aqui? - perguntei 
- Trouxeram ela para você amamenta-la. - disse Lucas me dando um selinho demorado.
- Então me dá ela aqui. - disse me sentando na cama.
Lucas me entregou aquele ser tão pequenininho, mas que representava um mundo inteiro: o meu.
- Oi meu amor, mamãe estava com saudade de você. - disse baixinho para não assustá-la.
- Depois o babão sou eu, - disse Lucas rindo.
- Somos dois babões! - sorri.
Reparei em seu bracinho havia uma correntinha igual ao eu havia sonhado, peguei na correntinha e depois sorri.
- Pensei que tinha sido você que colocou, por isso não tirei. - disse Lucas sentando ao meu lado na cama.
- Fez bem, foi um presente especial. - disse para o Lucas sorrindo.
- Tudo bem! - sorriu.
Logo depois me beijo e segundos depois Letícia começou a chorar e ao contrario dela, rimos.
- Acho que alguém ficou com ciumes. - disse Lucas acariciando sua cabecinha.
- Não papai, é fome mesmo. - disse com foz afinada.
Comecei a amamentar minha pequena e me deu uma vontade enorme de chorar, era muito difícil de acreditar que tudo aquilo era mesmo real.
Eu havia encontrado o amor da minha vida que foi capaz de mudar o meu jeito inteiro de ser, foi capaz de ser o meu suporte quando a vida me deu uma sequencia de rasteiras, que me deu uma família, quem eu o amo com todas as minhas forças e que me deu o minha pequena Letícia. Eu não precisava muito para ser feliz, eu apenas precisava daquilo que me fazia bem e tudo que Lucas trouxe consigo quando entrou na minha vida me fazia bem.
Fui tirada de um meio familiar muito cedo aos meus cinco anos de idade, mas a vida me deu algo que não foi capaz de preencher esse espaço vazio, mas que abriu um leque de lugares capaz de me acrescentar sentimentos e emoções que nenhuma outra coisa foi capaz e ver minha filha em meus braços enquanto eu a amamentava e Lucas ao meu lado me namorando e namorando nossa filha era o meu universo dentro de um quarto.
E sobre o que tenho dizer sobre a vida? Ela sempre estar lado a lado com os opostos e depende de você escolher em que lado estar. Já estive do outro lado, mas hoje o meu lado é ao lado das pessoas que eu amo.



FIM

Agradecimentos:

Queria primeiramente agradecer a todos que leram a essa fanfic, obrigada por não me matarem quando demorei mais de um mês para postar um capítulo, por nunca conseguir postar nos dias certos e mesmo assim vocês continuaram a lendo. Obrigada a vocês que sempre me desejaram palavras de carinho e incentivação e claro obrigada meninas do Equipe Lucas Lucco, vocês enchem meu saco todos os dias mais eu amo vocês!
Para quem não sabe, as integrantes do Equipe Lucas Lucco são: Emelly, Danyelle, Raila, Byanka, Kenia, Rafaela, Thais, Ana Beatriz, Clara e Letícia. Vocês encontraram alguns desses nomes durante a fanfic em personagens.
Queria agradecer também a Carolis (Ana Carolina Martins), a Ingrid Mila, a Sarah Oliveira, a Mariana e Carol Vieira, Joyce Pinheiro e a todos que leram essa fanfic e me falaram qual foi a sensação de entrar na história de Katrina Prado.


Nota da Autora:

Antes de terminar de vez com isso aqui (rsrsr) quero informar que está prevista a segunda temporada da minha fanfic Um Pedaço de Mim, e para quem não leu a primeira temporada os links de todos os capítulos está ali em cima na página escrito "+fanfic's" e se quiserem ficar por dentro de tudo ou ter algum contato comigo  entrem no grupo : https://www.facebook.com/groups/262325250613891/?fref=ts .

Beijos meus amores, meus fanfiqueiros e leitores.

Até a próxima.



Thaynara Carolina
02/10/2014

sábado, 6 de setembro de 2014

Lado a Lado - Capítulo 33 - Final

(...)

Parte IV

Os dias após o meu casamento surpresa, passaram tão rápidos que quase não consegui acompanhar. Os pais e o irmão de Lucas continuariam em Londres até o dia de meu concerto que por sinal seria amanhã, eu estava tão nervosa e inquieta que não conseguia se quer ensaiar. Lucas havia feito um cômodo com um piano para mim, sim agora eu tinha um piano só meu, e eu passava quase o dia todo lá na companhia de Lucas que ajudava quando estava em dúvidas em alguma nota para a música que iria abrir o concerto. Lucas, me abraçava sempre, me beijava sempre era como se eu não precisasse de mais nada. Poderia ser eu, ele e o piano para o resto da minha vida naquele quarto.
Lucas estava sentado em um sofá que tinha no cômodo com um caderno anotando algo a dias que nunca deixa eu saber o que era o que ele tanto escrevia, apagava, escrevia de novo, rasgava a folha e tornava a escrever de novo. Eu tocava o piano sem pausas, exceto para olhar Lucas concentrados em seu caderno.
- Lucas... - disse me apoiando sobre as teclas do piano e ele me olhou logo em seguida - Me diz o que você está fazendo ai?
Ele riu.
- Mais é curiosa mesmo! - disse ele fechando o caderno e colocando sobre o sofá.
- Me ajuda, eu não sei mas o que tem de errado na música. - disse desolada.
- Porquê?
- Não consigo alcançar a nota. - disse.
- Eu não sei nada de piano, mas toca pra mim mais uma vez, vamos ver o que falta.
Então obedeci, comecei a tocar uma música composta por mim mesma quando frequentava a Academia de Música Clássica. Era uma música serena nas primeiras notas, mas a música causava um impacto ao aumentar o ritmo da música, bem, típico da Katrina antes do Lucas: Impactante.
Ao terminar Lucas ficou olhando para minhas mãos a linhas nas teclas e depois se levantou e sentou ao meu lado na banqueta.
- Que tal você inverter? - disse ele.
- Inverter? Inverter o que? - disse confusa.
- Você vai abrir o concerto, certo?- disse ele batendo o lapis na beira do piano - Começa com o ritmo mais rápido e depois deixa mais sereno, assim os violinistas conseguem fazer uma parceria com você. - disse ele me olhando sorrindo.
- Sabe de uma coisa? - disse séria.
- O que? - ele me olhava confuso.
- Eu tinha um instrutor de arranjos ao meu lado o tempo todo e não sabia. - sorri.
Ele sorriu soltando o ar dos pulmões.
- Obrigada! - disse lhe dando um selinho demorado.
Ele voltou a me olhar e me puxou de novo e começamos a nos beijar novamente. Lucas tinha o plano de batizar quase todos os cômodos de nossa casa e no cômodo do piano não foi diferente. Passamos o resto da tarde no chão de carpete em longas horas de amor e troca de carinhos. Lucas sempre fazia cada vez ser única, sempre era um sentimento diferente, por isso nunca me cansava e nem recusava cada toque seu e cada beijo que muitas vezes desejei nunca acabar.
As horas se passaram e grande dia chegou. Eu acordei umas cinco horas da manhã, já não aguentava ficar rolando de um lado para o outro na cama, Lucas quase não percebia minha inquietação, pois dormia como uma pedra.
Comecei a arrumar a mesa do Café com tudo que eu comia já que o Lucas comia as gororobas dele. Em seguida tomei banho e coloquei um vestido leve e fui para o cômodo do piano carregando uma xícara de café.
Me sentei frente ao piano e Respirei fundo tentando me concentrar e então comecei a tocar suavemente apenas para aquecer, era Beethoven o preferido de minha mãe, me lembrava de poucas coisas de mamãe e uma delas era quando ela me sentava ao seu lado na banqueta e começava a tocar com um sorriso estampado no rosto e sem entender como se fazia tudo aquilo ficava admirada com o talento de mamãe.
- Bom dia! - disse Lucas aparecendo na porta me tirando de meus devaneios.
- Bom dia. - sorri.
- Acordou cedo. - disse ele caminhando até mim e me abraçando pelas costas.
Senti seu corpo quente envolvendo o meu, seu queixo se acoplou em minha clavícula e sua voz susurrava em meu ouvido.
- O que houve? - disse ele perto do meu ouvido.
- Não sei, acho que é ansiedade. - disse tocando em seu braço.
- É hoje o concerto não é? - disse ele e eu apenas assenti. - Vai dar tudo certo, você é ótima! - ele depositou um beijo em meu ombro e sentou no sofá ao lado do piano.
- E se eu fizer algo de errado? Todos os profissionais mais importantes da música clássica vão estar lá, não quero ser motivo de piada.
- Hei.. - disse Lucas me encarando e franziu o cenho - Pode parar com isso, mocinha!
Soltei um projeto de sorriso.
- Você não faz uma mera apresentação, você dá um show pra Londres inteira, então para de ficar pensando nisso! - disse ele sério.
Entendi que ele não estava brincando.
- Eu queria que minha mãe estivesse aqui. - disse me sentando ao seu lado no sofá creme de estampa com pequenas rosas vermelhas espalhadas esporadicamente pelo tecido.
- Mais ela está onde você estiver! - disse ele pegando em minha mão e depositando em um beijo nela. - Eu tenho uma surpresa pra você. - disse ele me encarando enquanto seus olhos brilhavam.
-  Ai meu Deus, o que é? - digo ansiosa.
- Vou lá buscar, não sai daqui! - Disse ele se levantando e indo em direção a porta.
Fiquei sentada esperando por Lucas retornar e segundos depois voltou com o seu violão e se sentou ao meu lado novamente.
- Pronta? - disse ele ajeitando o violão em seu colo.
Apenas assenti e ele começou a arranhar as cordas de seu violão e as primeiras notas da melodia surgiu e ele começou a cantar e me deixar sem chão.
- Sei lá, dá vontade de te amarrar, colar em você e te prender a mim, vontade de casar, ter filhos pra agente cuidar pra sempre namorar...
Nem preciso dizer o estado que eu já me encontrava, né?!
- Eu sei tô viajando, tô novo mais o que custa sonhar?  Se o tempo não para de passar e nunca vai parar, num piscar de olhos tá passando mais de um mês, a gente fica velho o que a gente fez, não deixe nosso plano acabar, esteja aqui amanhã quando eu acordar...
Resfoleguei.
- Momozin, vamos fazer assim eu cuido dr você, você cuida de mim, não desisto de você e nem você de mim, vamos até o fim... dá a mão pra mim...
Não sei se o Lucas parou pelo meu estado ou seria que a música terminava ali mesmo.
Abracei Lucas e depois lhe dando um beijo, ele acariciava meu cabelos curtos que havia começado a crescer a alguns dias.
- Lucas, eu te amo, eu te amo muito. - disse entre soluços.
- Eu também te amo, minha linda.
Depois de um certo tempo, Lucas teve que seguir para a  agência, pois tinha algumas fotos para fazer e eu fiquei em casa ensaiando para mais a noite no concerto.
Quando foi por volta das 11h a.m. a campainha tocou e ao atender, quase tive um infarto.
- Oiiiiii!!!! - disseram todos juntos.
Asha, Stuart, Byanka, Leandro, Karina, Paulo e vovó bem na minha frente sorrindo.
- Que saudade de vocês! - disse olhando para eles.
- Eu também estava, sua desnaturada! - disse Asha me abraçando e puxando uma sucessão de abraços.
- Você não foi nenhuma vez visitar a gente! - disse Asha.
- Desculpa pessoal, é o concerto ele está me deixando maluca!
- É o concerto ou o Lucas? - disse Byanka.
- Byanka!! - disse Stuart lançando um olhar de repreensão em Byanka.
Sorri.
- Os dois Byanka! - disse. - Só que cada um de um jeito. - pisquei um olho.
Ela sorriu.
- E meu abraço, cadê? - disse Stuart.
Lhe dei um abraço de saudade ele me ergue pela cintura por ser mais baixa que ele e qualquer um da face da terra.
- Ei... - disse Byanca dando uma cotovelada em Leandro.
- Oi meu bijuzinho! - disse Leandro.
Byanka o olhou com o cenho fanzido.
- Eu já disse pra não me chamar assim! - disse lhe dando um tapa na cabeça.
- Ai, assim eu gamo de vez, já disse benzinho! - disse Leandro todo vidrado.
- Ai mereço! - disse ela revirando os olhos.
- Byanka, dá uma chance pro Leandro logo! - disse Asha.
- WHATS? - disse ela surpresa - Never, querida, never!
- Olha que conheço um casal que não podiam se encontrar que um implicava com o outro. - disse olhando para Asha e Stuart.
- Oi? - disse Stuart fazendo-se de desentendido.
Rimos.
- E o Lucas, Katrina? - perguntou Paulo.
- Ele foi na agência, mas logo ele está aqui. - disse sorrindo - Melhor eu cuidar no almoço.
- Quer ajuda, querida? - disse Karina.
- Claro - sorri - Vovó, ajuda também?
- Por onde começamos?! - disse vovó bem-humorada.
Começamos a preparar o almoço enquanto Paulo, Stuart, Leandro e Byanka ficaram na sala. Aquele apartamento estava bem mais pequeno com aquele batalhão, mas estava cheia de carinho.
Enquanto estava preparando a salada, percebi que Karina me observava, Me senti um pouco sem jeito, mas não sabia o real motivo até que ouvi sua voz doce pronunciar meu nome.
- Katrina.
A olhei.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Claro Karina, o que houve?
- Você percebeu alguma coisa diferente em você?
- Diferente? - disse confusa.
Além de meus cabelos estarem crescidinhos, na altura da orelha, nada mais havia mudado em mim ou o que eu havia percebido.
- É, quando você se olha no espelho nada lhe chama atenção?
- São meus cabelos? - perguntei.
- Além deles.
- Karina, me desculpa mas, eu não estou conseguindo entender onde você quer chegar. - disse me sentando na banqueta do balcão da cozinha.
- Vou ver se eles querem alguma coisa lá na sala. - disse vovó nos deixando a sós.
Karina caminhou até mim e se sentou na banqueta em minha frente.
- Katrina, eu sei que eu não devo me meter na vida de vocês dois é que o Lucas...ele... a gente...
- Eu sei, vocês muito próximos. - disse preocupada.
- Isso. - respirou fundo - E ele é meu filho mais velho e o primeiro a sair de casa.
- Karina, o que está acontecendo? - Eu estava realmente preocupada.
- Vocês andam se cuidando?
Oi? Ela estava me perguntando isso mesmo? É o fim.
- Karina a gente se cuida, mas tem vezes que nós não sentimos necessidade. - disse completamente envergonhada.
- Então é isso. - disse Karina sorrindo.
- Isso o que? - perguntei.
- Katrina, você tem certeza que não sentiu nada de diferente?
- Tenho.
- Nada mesmo?
Mais que coisa, descobri de onde o Lucas puxou a ser teimoso.
Ela colocou a mão sobre minha barriga levemente e depois me olhou nos olhos.
- Não - ri - Eu não estou grávida, se eu estivesse eu certamente saberia. - disse ainda rindo.
- Já fez o teste? - disse ela tirando a mão.
- Não, mas eu tenho certeza Karina. - fiquei sem jeito - Eu sei que você quer que seu neto nasça no Brasil e a gente prometeu que vai ser assim, por isso estamos fazendo o possível que isso aconteça só quando formos voltar para o Brasil. - disse tentando acalmar Karina.
- Eu sei, querida e agradeço por isso, mas faça o teste só para vocês terem a confirmação.
- Tudo bem, Karina. - disse sorrindo, mas não iria fazer teste nenhum.
- O que as duas mulheres da minha vida estão conversando? - disse Lucas aparecendo na porta da cozinha.
- Oi meu amor! - disse me levantando e lhe dando um beijo.
- Tudo bem por aqui? - disse ele me olhando.
- Aham. - sorri.
- Oi, mãe. - disse ele abraçando ela.
- Tudo bem, meu filho? - disse ela segurando seu rosto.
- Tudo ótimo, mãe. - disse ele beijando o topo de sua cabeça.
Ela sorriu.
- E esse cheirinho de Minas? - disse ele olhando em direção a panela.
- Não Lucas, não mexe. - disse Karina.
- Só um pouquinho, mãe. - disse ele abrindo a panela e pegando a colher.
- Lucas, não pode fazer isso a receita desanda.  - disse ela indo em sua direção.
Lucas pegou um pouco na panela e colocou na boca, Karina lhe deu um tapinha de brincadeira nele e ele saiu gargalhando com aquela cara de menino.
- Você não tem jeito! - disse rindo da cena.
- Tá bom - disse ele rindo e vindo em minha direção - Fica mais gostoso comendo direto da panela.
- Vai acabar apanhando da sua mãe. - disse.
Ele riu e me abraçou pela cintura e me ergueu me sentando em cima do balcão.
- Lucas! - disse envergonhada por causa da Karina.
- Só um beijinho. - disse ele fazendo biquinho.
Lhe dei um selinho demorado e depois desci do balcão, olhei para Karina que nos observava de lado e me senti sem jeito.
- Precisa mais de ajuda? - perguntei.
- Não querida. - ela sorriu gentilmente.
- Vamos lá na sala? - disse Lucas.
- Vamos.
Peguei na mão de Lucas e ele me olhou e ficou me observando enquanto íamos para a sala que não era nem dois segundos de distância.
- O que foi? - disse ele.
- Nada ué. - sorri.
Ele me observou mais um pouco e depois desviou o olhar para o pessoal na sala conversando e rindo.
- Kat, já escolheu a roupa pro concerto? - disse Asha.
- Mais ou menos, acho que vou com aquele vestido rosa. - disse.
- Nem a pau! - disse ela - Vai com o vestido que comprei pra você, está no seu quarto em uma sacola.
Agradeci e minutos depois Karina nos avisou que o almoço estava pronto e então nos reunimos em volta da mesa que por milagre de Deus coube todo quase todo mundo, apenas Byanka e Leandro se sentaram no balcão.
Durante o almoço todo o assunto que eu havia conversado com Karina ficava martelando em minha cabeça, por mais que eu tentava pensar em outro assunto eu olhava para Lucas e imaginava um filho com seus mesmos olhos hipnotizante e voltava a enlouquecer.

(Continua...)

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Lado a Lado - Capítulo 32 - Final

(...)

Parte III

Caminhamos em silêncio durante algum tempo até a minha curiosidade conseguiu ser maior.
- Lucas, pelo amor de Deus me fala pra onde a gente estamos indo. - disse afoita.
- Calma, está bem ali na próxima quadra. - disse ele segurando minha mão fortemente.
Caminhamos mais alguns metros e por fim chegamos a um edifício que se parecia um pouco com o prédio onde morávamos, era bem rico em pequenos detalhes e bem a minha cara.
- O que viemos fazer aqui? - disse.
- Mas é muito curiosa mesmo! - disse ele sorrindo entramos no tal prédio e fomos direto ao elevador, Lucas indicou o 4° andar e segundos depois... Vualá!
Bem de frente para a porta do elevador havia uma porta que daria acesso para um dos apartamentos, com uma plaquinha pendurada escrito "Recém Casados".
Olhei em direção ao Lucas que me encarava sorrindo, em seguida ele saiu do elevador me puxando.
- Pronto, chegamos... - disse ele.
- Lucas, isso aqui não me parece um hotel, nem nada do tipo... - disse confusa.
- E nem é, é um prédio residencial. - disse ele.
- De quem é esse apartamento então? - disse ainda confusa.
- Esse apartamento é da mais nova Sra. Prado Corrêa de Oliveira. - disse ele sorrindo - viu, não esqueci do Prado, sogrão! - disse olhando pro teto.
Sorri e meu coração acelerou.
- Lucas para de brincadeira. - disse incrédula.
- Não está acreditando? Então abre a porta...- disse ele.
Peguei na maçaneta e a Girei empurrando a porta, logo em seguida me revelou um apartamento não muito grande mas espaçoso o suficiente para nós dois, bem aconchegante e com, inacreditável, meus toques em cada detalhe ali.
Levei as duas mão até o rosto e comecei a chorar, Lucas se aproximou e me beijou no topo da cabeça.
- Você não tá fazendo isso comigo. - disse como se fosse uma coisa ruim.
- Não gostou? - disse ele me olhando preocupado.
- Se eu não gostei? Lucas, ele é lindo... - enxuguei minhas lágrimas - Co-como você conseguiu tudo isso sem eu saber de nada?
- Asha e Stuart são ótimos amigos que serviriam para o FBI como agentes secretos! - disse ele rindo.
Ri.
- Caí feito uma patinha. - disse.
- A patinha mais linda. - disse ele logo em seguida de um selinho rápido - Venha ver o nosso quarto.
Ele me puxou em direção ao micro corredor que havia três portas e a da direita seria o nosso quarto, ele grudou a mão na maçaneta e depois me olhou antes de abri-la.
- Está pronta? - disse ele.
- Lucas, caramba, pare de me tortura mais.. - disse de manha.
Ele riu.
Então aporta de madeira pintada de branco se abriu revelando um quarto não muito grande, mas que era cheio de encantos. Nas paredes haviam quadros pequenos, em outra um espelho na parede com uma penteadeira em baixo, a cama na parede com um adesivo de árvore colado na parede onde fazia o trabalho da cabeceira e ainda mais com sacada com sua entrada coberta com cortinas finas brancas.
- Isso é um sonho ou eu morri e fui pro céu.- disse sentando na cama macia.
- Pro céu você vai já já - sorriu me intimidando.
- Ei, pera , calminha ai... - disse sorrindo - Não se esqueça que sempre terá dois ciumentos entre nós! - disse sinalizando os meus pulmões que sempre davam seu showzinho quando Lucas e eu resolvemos ficar juntos.
- Hoje vocês vão se comportar direitinho, não vão? - disse ele olhando em direção meu peito enquanto se abaixava em minha frente.
- Claro que vão, só não abusa! - disse pegando em seu queixo fazendo-o olhar para mim.
Ele se levantou e me deu um selinho demorado.
- Eu vou buscar o vinho! - disse ele olhando em meus olhos como se estivesse esperando o meu consentimento.
Apenas assenti.
Ele se levantou tirou a jaqueta e jogou em cima da cama e saiu do quarto. Respirei fundo como se tentasse fazer o oxigênio levar um telegrama aos meus pulmões para darem uma trégua, pelo menos por hoje.
Me levantei perambulei um pouco pelo quarto, fui até a sacada e abri a porta para que o ar frio entrasse um pouco para dentro do quarto, voltei a caminhar dentro do quarto e parei de frente ao espelho redondo e com a moldura de ferro imitando galhos e ramos e me olhei, pela primeira vez depois do câncer ter entrado em minha vida e gostei do que via, sorri por um estante.
Lucas entrou sem muito alarme segundos depois carregando uma garrafa de vinho e duas taças, ele as colocou sobre o criado mudo e seguiu até mim que o observava através do reflexo do espelho.
Senti suas mãos percorrerem minha cintura e se encontrarem em frente ao meu umbigo, ele encaixou seu queixo em minha clavícula e seus olhos encontrarem os meus no reflexo.
- O que foi? - disse ele com aquela carinha de preocupado.
- Não, nada - sorri -  Só estava pensando que maluca foi as minhas últimas 24 horas!
Ele sorriu logo em seguida e beijou meu ombro.
- Sabe Katrina, eu nunca imaginei que iria me casar com uma mulher que conheço a menos de um ano, sempre achei que era burrice e olha eu aqui pagando minha própria língua. - sorri - Mas, não me arrependo de nada, você foi a coisa mais linda que me aconteceu.
Sorri e com os olhos marejados.
- Obrigada Lucas, eu não sei se estaria aqui hoje se eu não tivesse te encontrado. - disse me virando de costas para o espelho e de frente para Lucas que ainda segurava minha cintura.- Muitas vezes não desisti por você.
- Você não desistiu por nós! - disse ele me olhando com os olhos tão felizes quanto o meu.
Lucas se aproximou e nossos lábios se tocaram sem presa, um beijo que representava o início de nossa história naquele apartamento. Logo em seguida Lucas me soltou e segurou minha mão, senti nossas alianças se tocarem.
- Vem, vamos tomar o vinho... - disse ele me puxando.

sentamos na cama e então ele abriu a garrafa, serviu as duas taças e me entregou uma e então brindamos.
- A nós! - disse ele.
- A nós! - repeti.
Bebi um pouco e percebi que o vinho não possuía álcool. Lucas havia pensado em tudo e até no quesito que eu não podia beber álcool por causa dos medicamentos.
- Sem álcool. - disse olhando para dentro da taça.
- Você acha que eu ia deixar você misturar álcool com os medicamentos? - disse Lucas me olhando com um olhar divertido.
- Claro que não! - ri.
Fiz um redomuinho com o líquido bordô dentro da taça e bebi o resto do que havia na taça. Lucas pegou a taça de minha mão e a colocou  as nossas taças no criado mudo e se aproximou mais de mim e pegou minhas mãos.
- Primeiro eu queria te dizer - disse ele olhando em nossas mãos - que quero te dar a noite mais linda da sua vida...
- Você já está me dando. - disse interrompendo-o.
Ele ergueu o rosto e tocou meus lábios me indicando que era pra eu continuar em silêncio.
- Você se lembra do dia em que eu lhe disse que queria que meus filhos me lembrasse você?
Assenti.
- Eu quero que você nunca se esqueça disso Katrina. - disse ele me olhando com os olhos marejados.
Preciso dizer que os meus estavam também?
- Oh meu amor, eu nunca vou esquecer disso... - disse segurando a lateral de seu rosto - Como esquecer as a palavras do dia em que minha vida ficou lado a lado com a sua? - disse olhando fixo em seus olhos.
Ele desviou o olhar para limpar os olhos cheios de lágrimas.
- Calma, eu sei que você deve estar se sentindo inseguro agora - disse ajudando a limpar seu rosto - Mas agora estamos juntos, sempre...
Ele me olhou e sorriu.
- Katrina, eu te amo demais caraio... - disse ele me fazendo rir.
- Eu também amo você meu bobo e não é pouco! - disse rindo.
Lucas passou sua mão em meu rosto e ele se aproximou e me beijou novamente, alguns segundos depois ele foi me inclinando para trás enquanto sua mão apoiava minha coluna. Uma sessão de beijos pelo meu pescoço e ombros começaram, grudei minha mão em sua nuca fazendo carinho nos cabelos ali.
Uma de suas mãos começara a tocar minha barriga por cima do vestido e logo em seguida senti sua mão pegar-me pela cintura com força.
Me levantei e tirei o blazer e abri o vestido  e o Lucas me puxou pela cintura fazendo questão dele mesmo fazer o trabalho de tirar o vestido. Ele fazia questão de a cada centímetro que meu vestido desci Lucas vinha atrás depositando beijos até me ver sem o vestido e apenas de calcinha e sutiã.
Ele voltou já tirando a blusa e exibindo o seu físico definido e tatuado. Se pós sobre mim, fazendo que seu corpo fizesse pressão contra o meu, seus braços apoiava seu corpo ao meu lado, percebi seu corpo enrrigecer, passei as pontos de meus dedos desde seus lábios que desceram pelo pescoço, percorreram seu peitoral e seu abdômen completamente definido até chegar no cós de sua calça onde desapotoei a calça e logo em seguida ele a descartou no chão do quarto.
De todos os meses em que passei ao lado de Lucas, nunca me cansei de repetir o quanto ele era dono de uma beleza esplêndida e que me deixava de mãos atadas sem saber o que fazer com tudo aquilo ao meu poder.
- Vai ficar só me olhando? - disse ele sorrindo.
- Não seria meus planos, mas é que você... Sabe... Me deixa assim, meio, com um colapso em meus pensamentos. - disse  me sobreposto nos antebraços

Lucas gargalhou.

- Acho que terei que recuperar as rédias. - disse ele olhando para fora da cama.
- Me diz o que está esperando? - disse esperando que me olhasse novamente com seu sorriso divergido.

Mas me iludi.

Lucas me olhou sério e segundos depois soltou um sorriso de canto de um jeito safado, cafajeste que provocou alguns espasmos pelo corpo. Lucas pegou-me pela cintura e me levantou fazendo-me sentar sobre seu colo com as pernas encaixadas em seu corpo, suas mãos percorriam minha coluna e sua boca percorria um caminho entre minha orelha e a clavícula que me fazia arrepiar até o último fio de cabelo em meu corpo. Minha mão grudou em sua nuca e a outra fazia um tour em seu peito.

Lucas voltou a me beijar, sua boca quente e molhada tornava aquela lentidão de nosso beijo a coisa mais torturante do mundo. Nossas respirações estavam ofegantes o bastante para entender que nosso corpo precisavam um do outro, Lucas me apoiou sobre seu peito e suas mãos foram até a abertura de meu sutiã e o abriu, depois eliminando para longe. Me deitei lentamente na cama com o Lucas logo em seguida sobre mim, senti meus seios serem tocados pelas mãos macias de Lucas. Arfei por alguns insistantes antes de suas mãos descerem e começarem a empurrar  minha calcinha em direção ao meus pés, logo em seguida senti suas mãos voltarem na parte de dentro de minhas cochas, fazendo-me soltar alguns gemidos involuntários. Lucas sorriu.
Depois de mais alguns toques de Lucas, meu corpo praticamente implorava pelo dele, troquei de posição deixando Lucas deitado na cama e eu sentada sobre seu quadril, resolvi tomar as contas daquelas rédias um pouco. Comecei a beijar seu corpo e percebia seus espasmos, até que peguei no cós de sua cueca e comecei a puxa-lá, Lucas estava afoito e não quis esperar mais.
Lucas simplesmente me agarrou me colocando sobre a cama e ficando sobre mim novamente e em questão de segundos comecei a sentir sua presença dentro de mim e seus primeiros retrocessos soltei alguns gemidos e minhas unhas ficavam inficadas em sua pele.
- Ai meu Deus... - disse Lucas quase como um susurro.
Senti que chegaríamos ao ápice do prazer juntos. Segundos depois comecei sentir vários espasmos de uma só vez, o corpo tremer e então por fim Lucas caiu ao meu lado da cama ofegante e parecia tão cansado quanto eu.
- Estréia incrível essa cama teve. - disse Lucas colocando uma mão atrás da cabeça.
Ri um pouco.
- Seu safado. - disse virando somente a cabeça de lado.
- Vai dizer que você não gostou? - disse ele me olhando do mesmo modo.
Sorri e comecei a me ninhar em seu peito, sua mão desceu até meus ombros e me apertaram contra si.
- Viu, hoje eles se comportaram bem. - disse me referindo aos meus pulmões.
- Eles sabiam o que acontecia hoje. - disse Lucas começando a me fazer cafuné.
- Lucas...
- Oi?
- Você acha que a Asha e o Stuart estão tendo alguma coisa? - disse.
- Ninguém segura a mão de outra pessoa daquele jeito sem não ter nada.
-  Nunca imaginei, Asha nunca me disse nada, nem Stuart...
- Talvez já se gostassem e só agora tomaram conta disso. - disse Lucas.
- Viu como não era por ele estar interessado em mim que ele sentia ciúmes.
- Talvez. - disse ele sorrindo.
Ficamos conversando por mais alguns minutos, mas o cansaço daquela noite acabou nos vencendo e acabamos caindo no sono.

(continua...)

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Lado a Lado - Capítulo 31 - Final

(...)

Parte II

Entramos em direção ao interior do restaurante. Era um restaurante de qual eu apenas o admirava por fora, pois nunca tive companhia a altura daquele lugar para um jantar, minhas companhias eram sempre passageiras, de uma noite só, mas aquela noite seria diferente eu estou casada e com a família que eu passei a possuir, meus amigos, vovó e por incrível que pareça eu conseguia sentir a presença de meus pais ali comigo como se estivessem com as mãos em meus ombros e sorrindo.
Entramos e fomos guiados até uma área reservada para nós aquela noite, era uma mesa comprida com vários lugares a mesa, muitos copos, pratos e talheres, tirando os arranjos de rosas vermelhas em cima da mesa. As luzes baixas, as paredes creme e com as cortinas vinho aveludadas complementava os ricos detalhes daquele lugar incrível.
- Você que descobriu esse lugar? - perguntei.
- Tive uma ajudinha das meninas da agência. - disse me olhando enquanto sorria - Tem muitas mulheres querendo ser convidada para um jantar aqui, imaginei que você seria uma delas. - disse ele acariciando minha mão.
- Digamos que você acertou... Como sempre! - sorri e ele se inclinou e me deu um selinho demorado.
- Vamos nos sentar? - disse ele enquanto o restante do pessoal já estavam se sentando.
- Vamos! - disse empolgada.
Ele segurando minha mão me encaminhou até uma cadeira, a puxou e depois gesticulou com mão para que eu me sentasse, logo em seguida me sentei e ele se encaminhou para a cadeira ao meu lado.
- Nunca imaginei que conheceria minha nora no dia do casamento do meu filho! - disse Karina.
- Peço desculpas por ter me apaixonado pelo seu filho do outro lado do oceano. - disse.
- Não há problemas nenhum, o único problema é que eu vou ficar longe do meu filho e da minha nora mais alguns anos. - disse ela meio chateada.
- Ô mãe não fica assim, esses dois anos passam rápidos! - disse Lucas pegando na mão de Karina - eu vou voltar para casa assim que acabar meu contrato.
- Eu posso pedir uma coisa? - disse ela meio comovida nos olhando.
- Claro! - disse.
- Eu só queria ver meus netos nascerem bem pertinho de mim. - disse ela.
- Mais é óbvio isso, mãe! - disse Lucas a olhando com carinho.
- Eu seguro seu filho por dois anos,vai ser uma tarefa bem difícil, mas eu consigo. -sorri.
- Combinado então? - disse Karina.
- Combinado! - dissemos Lucas e eu juntos.
Karina sorriu serena.
Ao me virar para o lado vi Byanka se divertir conversando com Leandro enquanto ela o mostrava algo no celular que o fizeram gargalhar, sorri logo em seguida, Asha e Stuart conversavam algo das conversas que tínhamos no apartamento. Nunca conseguíamos saber se estávamos conversando ou brigando e ao olhar em direção a vovó eu a encontrei ao meu lado me olhando com seus olhinhos brilhando como se estivesse analisando uma pedra rara em uma vitrine.
- O que houve vovó? - disse.
- Nada minha querida, só estava olhando você conferindo sua felicidade em volta.
Sorri e peguei em suas mãos frágeis.
- Eu queria muito que eles tivessem aqui!- disse com os olhos marejados - minha felicidade seria completa.
- Eles estão querida, eles estão bem aqui- ela tocou onde seria meu coração - e sei que eles estão muito felizes em saber que sua pequena estrelinha, hoje brilha com tanta intensidade nesse momento.
Algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto.
-  Não chore ou vai borrar sua maquiagem, sorria é o que você tem mais de mais belo! - disse vovó sorrindo.
Sorri espontaneamente.
Alguns minutos depois o garçon apareceu informando que começaria ser servido o nosso jantar.
- O que foi que você escolheu? - perguntei para Lucas.
- Uma coisa que tem bem o gostinho de casa. - disse ele entrelaçando nossos dedos.
Alguns segundos depois a mesa começou a ficar colorida com os pratos tipicamente brasileiros. Arroz, tutu de feijão, carne seca com abóbora moranga, e um festival de temperos começaram a aparecer.
- Meu Deus quanto tempo eu não sei o que é comer arroz! - disse animada.
- Como é? - disse Zoca me encarando confuso.
- É que aqui lindinho, não costumamos comer grãos e sim mais batata, macarrão e etc... - disse Asha.
- Ou seja tudo que eu não como. - disse Lucas sorrindo.
- E ai cara, tá comendo aquelas gororobas ainda? - disse Zoca.
- Firme e forte! - disse Lucas e sorriu.
- Ave Deus... - disse Zoca olhando para seu próprio prato.
Todos nós rimos.
-  Eles dois são namorados? - disse Paulo olhando em direção a Asha e Stuart.
- Quem pai? - disse Lucas confuso.
-Aqueles ali... - disse ele indicando os dois.
- Quem? Asha e Stuart? - disse ele assustado.
- Eu? - disse Stuart olhando confuso.
- Eles são amigos... Eu acho. - disse Lucas rindo.
- Eu acho que prevejo mais um casamento daqui alguns dias. -  disse sorrindo.
- O que? - disse Asha me olhando confusa.
- Queremos ser padrinhos!  - completou Lucas.
- Hã? o quê? Tá maluco? - disse Stuart.
- Devo estar mesmo, porque estou vendo coisas... - disse ele olhando em direção a mão deles dois juntas.
Olhei também e sorri.
- Mais um casal, é demais pra mim! - disse Byanka.
Eles soltaram as mãos rapidamente e vi seus rostos corar.
- Bynakinha, não fica com ciúmes não se você quiser a gente faz um casal também! - disse Leandro.
Uau!
- Leandro, que isso? - disse Karina abismada.
Rimos.
- Acho que temos mais uma agregada na família, mãe! - disse Lucas rindo.
- Leandro meu filho, vai com calma. - disse Paulo rindo.
- Querido, não é assim que você vai conseguir alguma coisa, vai ter quer melhorar suas cantadinhas primeiro porque elas são horríveis! - disse Byanka o encarando.
- Se toma cuidado com minha irmã moleque! - disse Stuart intimidando Leandro.
- Gente calma, o menino tá ficando assustado! - disse em sua defesa.
- Eu que tinha que ter casado com a Katrina, a única que me entende! - disse Zoca.
- Mais o que é? Mal casei e Você já quer me roubar a minha mulher?- disse Lucas.
Rimos.
- Menino eu te mando de volta pra casa sem pagar passagem! - disse Lucas encenando uma cara de bravo.
- Ser cara de pau é de família? - perguntei
- É o sangue Corrêa de oliveira que corre nas veias, minha cara cunhada! - disse Leandro.
Rimos novamente.
E a noite se estendeu assim, muita conversa, muitos risos, comida boa, vinho melhor ainda e companhias maravilhosas em um lugar esplêndido em um dia cheio de surpresas.
Mais tarde quando estávamos prontos para irmos para casa, Lucas me surpreendeu novamente informando que não iriamos para casa.
- Mais surpresas? Lucas meu coração não vai aguentar ou melhor meus pulmões não vão aguentar. - disse.
- Espero que aguente ou vai estragar a ultima surpresa da noite. - disse Leandro.
- Se não sabe ficar calado não menino? - disse Byanka.
- Sei, mas é de um jeito que eu preciso da sua boca na minha! - disse Leandro.
- Mais gente, o que aconteceu com esse garoto? - disse Asha assustada.
- É um rabo-de-saia! - disse Stuart.
Em seguida todos rimos.
- Podemos ir? - disse Lucas me olhando.
- Claro, mas aonde vamos? - perguntei curiosa.
- Num quarto de motel ninguém pra eu trair, ninguém pra eu ser fiel... - cantarolou Leandro.
- Cala a boca Leandro, é em um quanto de hotel sua anta! - disse Lucas corrigindo.
Irmãos! ❤
- Vamos pessoal, o casal precisa ficar sozinhos agora. - disse Karina.
- Só não deixa o Leandro dormir perto da Byanka, porque do jeito que tá... - disse Lucas sorrindo.
- Se vai dormir na sacada! - disse Stuart olhando para o Leandro - e você de calça jeans! - disse ele olhando para Byanka.
- Larga do meu pé, Stuart! - disse Byanka.
- Deixa eles serem felizes, você já foi assim! - disse Asha.
- Mas com a minha irmã, não. - disse Stuart realmente irritado.
- A gente já vai indo. - disse Lucas pegando em minha mão.
- Tudo bem filho, boa noite! - disse Paulo.
- Boa noite pai, boa noite pessoal! - disse Lucas.
- Tchau pessoal! - disse meio desconfiada.
- Tchau, se divirtam! -  disseram em uma espécie de coral.
Começamos a andar a pé pelas calçadas frias de Londres, éramos um casal perfeito, inseparáveis e completamente apaixonados.
- Onde Vamos? - perguntei.
- Uma pequena surpresa! - disse ele sorrindo enquanto andávamos.

(Continua...)

P.S. O FINAL AINDA FALTA UM PEDAÇO ENTÃO TERÁ A 3° PARTE!!! \O/ ❤

sábado, 19 de julho de 2014

Lado a Lado - Capítulo 30 - Final

(...)


PARTE I

Depois de cumprimentarmos todas as pessoas que estavam presentes no Hyde Park percebemos que já havia anoitecido. Lucas e eu estávamos sentados no gramado enquanto analisávamos o céu completamente limpo, sem a presença de nenhuma nuvem, e com milhões de estrelas brilhando fortemente, enquanto vovó, Stuart, Asha e Byanka conversavam com Karina, Paulo e Leandro.
- Você ainda vai me matar! - digo sorrindo.
Ele sorriu.
- Eu ainda não estou acreditado que estou casada com você! - disse
- Pois agora você é uma Corrêa de Oliveira. - diz ele passando a mão em volta dos meus braços.
- Prado Corrêa de Oliveira, não se esqueça ou seu falecido sogro volta do além pra te catar de pau! - digo o corrigindo-o.
- Desculpa ai sogrão! - disse ele olhando pro céu.
Risos.
- Hei... - diz Asha aparecendo. - Vamos?
- Vamos! - diz Lucas se levantando.
- Vamos a onde? - perguntei ainda sentada.
- Comemorar. - disse ele pegando em minha mão e puxando para ficar em pé.
- Ou você acha que um casamento sem festa é um casamento de verdade? - disse Asha me encarando com as sobrancelhas arcadas.
Sorri sacudindo a cabeça.
- Já vou logo avisando que não posso beber. - digo.
- Ai para de reclamar e vem logo! - diz Asha me puxando pela mão.
Olhei em direção ao Lucas enquanto corria e percebi que ele vinha caminhando lentamente logo atrás de nós e sorrindo. Asha me levou até o pessoal que estavam a nossa espera.
- Pronto... agora...deixa eu respirar! - disse ofegante.
- Credo, parece uma velhinha de noventa anos! - disse Asha me encarando.
vovó limpa a garganta.
- A vovó vai te bater! - disse Stuart.
- Desculpa vovó, não é nada pessoal... - disse Asha abraçando vovó.
- Minha jovem, eu não cheguei nos noventa ainda, mas aguento muita coisa! - diz vovó com uma voz doce.
- Até uma baladinha? - disse Byanka.
- Opa! - disse vovó.
Todos rimos.
- Podemos ir? - disse Lucas chegando ao meu lado.
Todos concordaram e enquanto íamos caminhando em direção a saída do Hyde Park Lucas segurava minha mão com os dedos entrelaçados, eu o olhei e ele me olhou de volta sorrindo em seguida depositou um beijo em minha mão.
Antes de seguirmos para a tal festa passamos em casa para que eu e Lucas pudemos nos trocar. Nosso apartamento nunca teve tão cheio e movimentado, Paulo e Stuart  conversavam na sala enquanto Asha mostrava o seu arsenal de roupas e maquiagem para Karina junto com Byanka, Lucas estava no quarto com o Leandro e eu no quarto com vovó enquanto me arrumava.
- Vovó, você sabem para onde vamos? - perguntei entrando no armário.
- Sei, mas não vou estragar a surpresa.
- mas vovó, como vou me arrumar sem saber se vou para um lugar mais formal ou para um lugar mais informal ?
- É formal. - disse vovó dando uma colherzinha de chá - me lembra até minha juventude de quando as garotas saiam apenas de vestidos e os homens de ternos e tinha todo aquele charme.
- Jura? - disso aparecendo na porta surpresa - vovó, não vai me dizer que a gente vai no....
- Shhhh, eu não sei de nada - disse ela sentando na cama - agora procure um vestido bem bonito.
- Eu já sei onde é! - digo dando pulinhos.
Vovó riu.
Então entrei no armário peguei um vestido rendado e um blazer e me vesti e sai do armário e vi vovó já com a companhia de Karina, Asha e Byanka.
- Da onde vocês brotaram? - pergunto assustada.
- Viemos ver se você está vestida a altura do lugar onde vamos. - disse Asha.
- E então? - perguntei dando uma voltinha.
- É está meio... - disse vovó.
- Perfeito! - disse Karina.
Sorri encabulada.
- Mas não é curto de mais? - perguntou vovó.
- Curto? Vovó estamos no século XXI e não na década de quarenta. - disse Byanka.
- Essa juventude, no meu tempo...
- Ninguém usava uma roupa assim! - todas nós falamos em uma espécie de coral.
Começamos a rir inclusive vovó.
- Então posso ir assim? - confirmo.
- Deve! - disse Asha.
Todas estavam bem vestidas, inclusive Byanka que costumava usar umas roupas bem espojadas estavam bem vestida, porém do jeito dela. Alguns minutos depois conversando o Lucas bateu na porta que estava semi aberta e colocou a apenas a cabeça para dentro do quarto.
- As madames estão prontas? - disse ele.
- Estamos. - disse.
- Podemos ir ?
- Vamos logo antes que eu morra de fome. - disse Byanka dando um pulo da cama.
- Byanka, shhhh! - disse Asha fazendo cara feia para ela.
- Que foi? - disse Byanka encarando Asha.
- Se você estragar a surpresa eu passo blush rosa na sua cara! - disse Asha.
Byanka revirou os olhos.


- Vamos parar de discussão e vamos. - disse Karina.
Então Lucas abriu a porta e começamos a sair, quando cheguei na porta me lembrei do meu celular então voltei e o apanhei em cima da cama e quando voltei para porta Lucas estava me esperando.
- Você está linda. - disse ele me olhando caminhar até ele.
- Você que é bobo demais. - digo lhe dando um selinho.
Então fomos em direção a sala onde todos estavam reunidos e foi quando eu me perguntei como iriamos todos para o tal lugar e foi no mesmo instante que o interfone tocou, Stuart o atendeu e logo depois voltou.
- Está lá em baixo já. 
- O que está lá me baixo? - pergunto olhando em direção ao Lucas.
- Você já vai ver. - disse ele.
Então começamos todos a descer e quando chegamos em frente ao nosso prédio havia um ônibus, sim aqueles ônibus vermelhos que marcaram o nossos primeiros dias já que eu ainda sustento o pavor de entrar dentro de um carro e em meio ao ônibus uma faixa escrito "Recém  Casados" de verde e amarelo, fiquei paralisada olhando em direção ao ônibus tentando entender como ele conseguiria uma coisa daquela.
- co-como você conseguiu isso? - disse chocada.
- Não é difícil fretar um ônibus! - diz ele sorrindo.
- Você não existe! - digo lhe dando um beijo enquanto o pessoal entrava no ônibus.
Logo depois que entramos no ônibus e todos nós seguimos na parte de cima do ônibus onde não é coberto e onde o vento tocava em nossos rostos dando aquela sensação de liberdade, de estar voando.
Alguns minutos depois chegamos ao Bel Canto Restaurant onde eu já previa ser, é um dos restaurantes mais renomeados de Londres.
- Então é aqui o nosso jantar de comemoração! - disse Lucas.
- Sério? - me fingi surpresa.
- Não precisa encenar. - disse ele sorrindo.
- Tudo bem, eu já sabia, desculpa. - sorri.
- Vem, vamos entrar. - disse ele passando a mão na minha cintura.

(Continua...)


Comentário da autora:

Oi anjos, como vão? pronto a primeira parte do final está postada, agora só aguardarem a segunda parte. beijão. ;*