domingo, 21 de setembro de 2014

Lado a Lado - Capitulo 34 - Final

(...)


Parte V


Depois do jantar o pessoal se reuniu na sala novamente para conversar mais um pouco, eu fiquei na cozinha colocando as coisas em ordem. Eu estava realmente aérea sem saber muito o que pensar, minha cabeça estava dando um nó com a ansiedade para o concerto mais a noite e com aquela conversa esquisita que tive com Karina. Estava mergulhada em meus pensamentos que não percebi Lucas entrando na cozinha e acabei me assustando quase deixando cair os pratos que levava para a pia no chão quando Lucas se aproximou.
- Lucas, que susto! - disse colocando a mão no peito.
- Ei, calma... - disse ele pegando os pratos do meu outro braço. - O que houve que você está assustada? - disse ele colocando os pratos sobre a pia e voltando a me encarar.
- Não estou assustada, só não ouvir você entrar. - disse me recuperando do susto.
- Katrina meu amor, sou você não conversou com ninguém durante o almoço todo! - disse Lucas segurando em minha cintura e me puxando para si.
- Desculpa, deve ser o concerto. - Forcei um sorriso
Ele sorriu também e me abraçou colocando minha casa sobre seu peito e ficou acariciando meus fios de cabelo curto.
- Meu amor, não precisa ficar preocupada vai dar tudo certo.
- Eu sei. - disse com a voz quase inaudível.
- Mas, tem mais alguma coisa te incomodando. - disse ele segurando em meus ombros e me afastando de seu peito. - Me fala o que está acontecendo? - disse ele me olhando nos olhos.
- Não vou conseguir esconder nada de você, não é? - disse sorrindo, de verdade.
- Não mesmo. - sorriu.
- Você já pensou em largar tudo e voltar para o Brasil? - disse.
- Como assim? - disse ele me olhando confuso.
- Desistir de seu contrato com a agência, eu da minha faculdade na academia de musica e voltar para o Brasil.
- Katrina, o que houve com você? - disse ele me olhando assustado.
- Eu se nós tivéssemos um motivo bem forte para voltarmos?
- Meu amor, eu não estou entendendo. Que motivo?
- Lucas, sua mãe estava conversando comigo mais cedo e ela acha que eu...
- Kath, cadê você...ah, você está aqui! - disse Asha aparecendo de supetão na cozinha.
Suspirei e sorri olhando em direção a Asha. 
- Ops, atrapalho?
- Nunca Asha. - disse Lucas olhando para Asha rindo enquanto segurava-me pela cintura.
- Que bom, preciso roubar a Katrina de você por um minuto! - disse Asha pegando em minha mão e me puxando.
- Só por um minuto hein! vou cronometrar.. - disse Lucas beijando minha mão.
- Okay, Romeu! Sua donzela estará sã e salva em seu quarto, qualquer coisa só procurá-la.
- É que eu sinto saudades. - disse ele me olhando com carinha de dó.
- Awn Asha, olha essa carinha... - disse segurando o seu rosto e disparando uma sessão de selinhos.
- Ah, stop, stop, stop please... - disse Asha me puxando de Lucas - Credo, já vivem juntos deixe um pouco da minha amiga pra mim. 
Lucas riu e eu o acompanhei.
- Agora vamos.- disse Asha me carregando para fora da cozinha.
Começamos a caminhar até o meu quarto onde encontrei Byanka já esticando o meu vestido que Asha havia me dado em cima da cama.
- Esse é o vestido? - disse.
- Yeah!! - disse Asha - um luxo, não é?
- Ele é perfeito, Asha! - disse analisando cada centímetro do vestido.
O vestido era rosê, toma-que-caia, com uma fenda em meio ao seios e com aplicação de pedrarias.
- Você deve ter pagado muito caro nesse vestido... - disse levantando o vestido e o colocando em frente meu corpo e me olhando no espelho.
- Isso não importa, Kath.
- Mas, só para deixar bem claro que ele é um verdadeiro Armani. - disse Byanka balançando a sacola de papel.
- Asha, porque você gastou tanto? Eu poderia usar um dos meus vestidos...
- De jeito nenhum e outra você precisa estar arrasando naquele palco hoje a noite.
- Você não tem jeito! - sorri - Thanks!
- De nada, mas agora vamos mãos a obra.
- Que?
- Vamos te arrumar, Katrina! - disse Byanka.
- Mas já? - disse confusa.
- Já? estamos atrasadas, dear!
Asha me empurrou para o banheiro para que eu tomasse banho e depois começou meu tratamento especial. Byanka ajudou Asha para arrumar meu cabelo curtíssimo, depois Asha lacrou na minha maquiagem de olhos marcados e boca nude e por fim o vestido acompanhado com um salto meia pata nude. Lucas as vezes ia conferir o que estava acontecendo dentro de nosso quarto, mas Byanka e Asha expulsava-o antes que pudesse me ver. Karina, Paulo, Leandro e Stuart haviam ido para o meu velho apartamento para se aprontarem também para a o concerto. Fiquei pronta por voltas das nove horas da noite, estava impecável, me senti bonita novamente, como não me sentia a muito tempo.
- Finish! - Asha sentou-se na cama parecendo cansada.
- Asha, vamos precisamos nos arrumar também. - disse Byanka.
- Okay, vê se não estraga a minha obra-prima. - disse Asha se levantando e indo em direção até a porta.
- Tudo bem, eu prometo! - disse sorrindo.
Asha antes de sair mandou um beijo e sorriu, sorri de volta.
Alguns segundo depois Lucas entrou no quarto e me viu toda pronta e sorriu de orelha a orelha.
- Acho que Deus esqueceu anjo aqui. - disse ele sorrindo.
Sorri.
- Você está linda, quero dizer, mais linda do que já é. - ele se aproximou de mim e segurou em meu rosto.
- Você que é bobo demais. - disse 
- Concordo, mas por você. - disse ele me dando um selinho demorado.
- Hmmm - tento me soltar - Asha vai te matar! - disse rindo.
- Porquê?
- Você me borrou inteira. - disse limpando o pequeno borrão de batom.
ele riu.
- É porque ela não vai ver como você vai ficar toda borrada hoje depois do concerto! - disse ele tirando a camisa.
Ri alto.
- Posso saber porque estarei toda borrada? - disse fingindo não saber o que iria acontecer.
- Segredo! - disse Lucas me roubando um selinho rápido e indo em direção ao banheiro.
Enquanto Lucas se aprontava para o concerto, arrumei o meu batom borrado, andei pelo apartamento inquieta, de um lado para outro até que resolvi ir até o piano e passar mais algumas vezes a música.
Quando foi por volta das onze horas Lucas e eu fomos em direção ao Hyde park onde seria feito o concerto. A família de Lucas, Asha, Stuart e Byanka iram estar nos esperando na plateia, Lucas também teria que ficar na plateia, mas antes me deixou no camarim.
- Vai dar tudo certo! - Disse ele segurando meu rosto com as duas mão e beijando minha testa. - Eu vou estar bem na primeira fila te assistindo.
- Tudo bem. - estava suspirando de nervosismo e tremendo de medo.
- Eu te amo. - disse ele.
- Eu também te amo. - dei-lhe um beijo e seus lábios me proporcionaram calma.
- Eu preciso ir. - disse ele.
- Tudo bem, vá.
Ele beijou minha mão e depois saiu me deixando nervosa naquele camarim improvisado em meio ao Hyde Park, onde nossas vidas começaram a ser escritas juntas. Eu sei que aquela seria a última vez em qual eu estava tocando naquele lugar, que seria a ultima vez que passaria o ano novo em Londres, algo dentro de mim concordava com Karina e outra parte de mim pedia que eu tirasse a prova de tudo isso e a antes que eu pudesse pensar em algo Karina entrou em meu camarim me surpreendendo.
- Posso entrar? - disse ela.
- Claro, Karina. - sorri.
Ela entrou carregando uma caixinha vermelha amarrada com um laço dourado.
- Vim te trazer um mimo. - disse ela meio sem jeito. - e te desejar boa sorte, claro!
Sorri.
- Obrigada! - disse.
Ela me entregou a caixinha e me abraçou logo em seguida e depois saiu lentamente sem me dizer mais nenhum palavra. Assim que Karina saiu, comecei a abrir a caixinha e me deparei com, sim, um teste de gravidez e outra caixinha só que dessa vez ela era preta e aveludada. 
Fiquei alguns segundos olhando para a a caixinha aberta e depois larguei em cima da poltrona e me levantei, levei uma mão no rosto sem saber muito bem o que fazer com aquilo, Karina estava fazendo muita pressão sobre mim, eu nem se quer sabia se estava grávida de verdade e já me sentia frágil como uma grávida e sem falar nas várias possibilidades que passavam em minha cabeça em relação ao Lucas, pois estávamos vivendo em mundo onde só eramos eu e ele, não sei se Lucas iria gostar de ser pai aos seus 23 anos, ainda traçando sua carreira. Depois de tanto pensar resolvi acabar com aquilo de uma vez por todas peguei o teste e fui até o banheiro e fiz o teste. Me senti uma desmiolada concordando com as ideias de Karina, mas era preciso, eu não queria me torturar por mais nenhum dia. 
O teste demorava apenas trinta segundos para revelar o resultado, mas confesso que nunca demorou tanto para que trinta segundos passasse. Sentada na poltrona já dentro do meu camarim, segurava o bastão com as duas mãos o encarando e um nervosismo se misturava com o outro e estava prestes a desistir quando o bastão começou a ficar lilás bem clarinho e em questão de segundos o bastão ficou azul turquesa, peguei a embalagem no desespero e li na descrição "if blue color appears: resuldado is positive". Caí sentada na poltrona novamente como um saco de batatas jogado no chão, encarava a porta incrédula e alguns lágrimas escorreram pelo rosto. Era real, eu seria mãe. Comecei a sorrir tão amplamente que as duas extremidades da minha boca podiam se encontrar, estava tão emocionada que perdi a noção do tempo, só me lembrei que precisava estra no palco as onze e vinte e cinco quando um dos músicos da orquestra passou em meu camarim para avisar-me sobre meu atraso. Guardei o teste junto com a caixa e depois verifiquei se minha maquiagem não havia ido pro saco e segui para o palco, onde havia um DJ animando as pessoas enquanto o concerto não começava, mesmo com o som tocando alto consegui ouvir a quantidade de pessoas que estavam no Hyde Park, meu coração acelerou, minhas mãos começaram a ficar suadas e trêmulas, consegui ver Lucas sentado ao lado de Karina bem na primeira fila como ele havia prometido. O cenário do palco lembrava um pouco a primavera e não o inverno, o piano branco localizado no centro do palco e a frente de todo o resto da orquestra me mostrava que estaria em destaque. Eu precisava recuperar a espontaneidade da Katrina de antes, que falava as coisas sem pensar, que agia como se o último dia fosse hoje, mas agora usando isso ao meu favor.
Quando o DJ parou de tocar e as luzes se apagaram atrás da cortina vermelha de veludo entendi que aquela era a hora. Caminhei até o piano e me sentei na banqueta,arrumei a calda de meu vestido e fiquei olhando em direção as teclas do piano em meio ao semi-escuro que as luzes do Hyde Park proporcionava e pedi pra que mamãe onde que estivesse pudesse me escutar tocar e ver como sua vida significou tanto para mim que resolvi completar o que a vida não lhe deixou fazer e também queria que mesmo que aquele meu bebê não passasse de um poucos centímetros dentro de mim queria que o primeiro som que ele escutasse fosse o som proporcionado pelas minhas mãos: a música.
Depois dos 45 músicos estavam em seus lugares e tudo preparado, escutei o reitor de minha faculdade dar a notícia que o concerto de ano novo de Londres iria começar, escudei uma multidão aplaudir e em seguida as cortinas se abrirem. Meu estômago deu um giro me mostrando o quanto estava nervosa, procurei Lucas novamente e o achei iluminando o lugar com seu sorriso enquanto me olhava. Um canhão de luz focalizou em mim e então o maestro começou a nos reger e a orquestra começou a tocar. Aquela euforia me acertou em cheio, o som que todos aqueles instrumentos, inclusive o meu, proporcionava um som incrível juntos formando uma trilha sonora para aquela noite. Em alguns momentos meus olhos se inundaram, mas logo me recompus e alguns minutos depois a abertura do concerto estava feita, o publico aplaudiu euforicamente me senti aliviada e feliz pelo meu talento. Depois de reverenciar o publico sai logo depois do piano ser removido para o canto do palco e então o resto da orquestra começou o concerto ensaiado o ano inteiro, eu até sabia algumas músicas, mas o maestro referiu me deixar somente com a abertura. estava pronta para descer do palco e encontrar o amor da minha vida e lhe a notícia, quando um dos organizadores do concerto me pediu que eu aguardasse o final do show em cima do palco no canto, concordei, talvez no final haveria um encerramento com a mesma música.
De onde eu estava no palco eu conseguia ver Lucas me olhando e sorrindo quando percebia que estava o olhando, durante todo o concerto vi Stuart e Asha trocando flertes e logo atrás deles Byanka fugindo das investidas de Leandro, Paulo e Karina assistiam encantados o concerto. Ao final da última música, o piano foi recolocado de lado ao centro do palco e logo em seguida quando meu maestro pediu que eu fosse até o piano novamente e tocasse a música que estava na pauta, fui meio confusa  e meio insegura também, pois não havia ensaiado mais nenhuma outra música e não saberia o que fazer se algo desse errado. 
Me sentei novamente na banqueta e enquanto arrumava o vestido procurei Lucas na plateia e não o encontrei, pronto era o meu fim de tanta angustia. Mesmo sem Lucas tomei coragem e comecei a tocar com a autorização do maestro e os outros instrumentos me acompanharam, no mesmo instante ouvi a voz de Lucas ecoar das caixas de som por todo o parque me deixando completamente surpresa.
(Clica no link, bota pra tocar e depois continue lendo: http://www.kboing.com.br/lucas-lucco/1-1282319/)
Procurei Lucas por todos os cantos na plateia e em minha frente, mas eu não podia soltar as teclas do piano por nenhuma hipótese, continuaria tocando mesmo com as mãos tremendo os olhos cheios de lágrimas enquanto ouvia Lucas cantando a música que havia feito para mim enquanto treinava em casa no meu piano.
Senti sua presença vindo atrás de mim e quando senti o seu cheiro abri um sorriso tão grande quanto o que havia aberto quando recebi a noticia da gravidez. Ele se sentou ao meu lado na banqueta e beijou no topo da cabeça e voltou a cantar, sua voz doce e carregada de sentimentos preenchia aquele lugar, me fazia sentir a pessoa mais amada do mundo e fazendo-me sentir talvez uma pessoa que não merecia tudo aquilo. 
Eu não queria que aquele momento acabasse em nenhum momento, era tão mágico que me dava forças para continuar ali tocando enquanto meu coração pedia que eu voasse para cima de Lucas e o beijasse ali mesmo, seus olhos ás vezes encontravam os meus, sua mão brincava com meus fios curtos de cabelo e sua boca depositou um beijo em meu ombro e em seguida se levantou e foi em direção a lateral do palco onde pegou um buquê de rosas e voltou em minha direção, pegou em uma de minhas mãos fazendo-me parar de tocar e depois me levantou e me pôs de frente para ele onde seus olhos diziam tudo o que sua boca queria dizer para mim, mas a única coisa que sua boca soltou foi:
- Feliz ano novo! - disse ele sorrindo
(Desligue a música e continue lendo)
Em seguida a queima de fogos de artifício começaram a anunciar a entrada de mais um ano. Haviam fogos sendo soltos no Hyde Park e no Big Bang, a orquestra havia parado de tocar e eu e Lucas continuamos ali nos beijando em cima do palco enquanto segurava meu buquê.
- Você é doido, Lucas! - Sorri e chorava ao mesmo tempo.
- Você merece Katrina, você é uma vencedora e eu te amo muito, muito, muito mesmo. - disse ele limpando minhas lágrimas.
- Mas agora você vai ter mais uma pessoa para dividir esse amor. - disse um pouco abafada pelo barulho dos fogos.
- O que? - disse ele me olhando confuso.
Se aproximei de seu ouvido.
- Eu estou grávida, Lucas!
Ele me segurou pelos ombros e me olhou assustado.
- Eu vou ser pai? - disse ele sorrindo, mas seus olhos continuaram assustados.
- É, se eu estou grávida, você vai ser pai! - ri.
- Puta que pariu! - disse ele me pegando pela cintura e me erguendo e começou a me rodar.
- Ai - risos - Lucas, eu vou cair - mais risos.
Lucas me colocou no chão e me olhou sorridente.
- Você descobriu como? - disse ele feliz.
- Vamos descer e conversar com sua mãe. - disse pegando em sua mão.
Os fogos já haviam sessados e a festa que iria começar logo apos a queima de fogos havia começado, a música do DJ já estava tocando novamente, as cadeiras estavam sendo substituídas por alguns bancos e sendo montados alguns quiosques que serviriam como bar para servir a bebida.
Ao sairmos do palco encontramos todos nos esperando felizes, nos desejando feliz ano novo e ao nos verem Asha surtou.
- Oh shit! o que foi aquilo, my god? - disse Asha em nossa frente saltitante.
Sorrimos.
- Eu quero isso se a gente for casar... - disse Asha olhando para Stuart e apontando para nós.
- Espera ai, vocês dois... - disse.
- É, a gente tá junto. - disse Stuart abraçando Asha.
Ai meu core.
- Ai que meigo! - disse Byanka cruzando os braços.
- Oh recalque, você não vai ofuscar my shine, não! - disse Asha.
Todos riram.
- Ela não tá de recalque, por que ela tem euzinho aqui! - Disse Leandro agarrando Byanka.
- Katrina o Lucas é assim também? - disse Byanka tentando empurrar Leandro.
Ri e olhei para o  Lucas.
- Olha Byanka, o Lucas não é igual o Leandro - disse olhando para Lucas depois olhei em direção a ela - Ele é bem pior quando ele quer.
Risos.
- Eai irmão, conseguiu pegar a Byanka? - disse Lucas ainda me segurando pela cintura.
- Eu lá sou lata para ser pegada? - disse Byanka.
- Antes fosse uma lata, está mais pra ancora do Titanic! - disse Leandro a soltando.
- O que você quis dizer com isso, menino? - disse Byanka encarando Leandro.
- Que está mais fácil encontrar chifre na cabeça de cavalo! - disse Leandro desolado.
- Ou é você que é mole demais! - disse Byanka segurando Leandro pelo colarinho e o encarando de perto - e eu adoro quando você fica assim... - disse ela logo tascando um beijo no Leandro na frente de todo mundo.
Fiquei de queixo caído quando o que havia acabado de acontecer bem diante dos meus olhos. Karina ficou até assustada, Paulo caiu na risada como resto de nós até que Stuart resolveu separar os dois.
- Ei garanhão, larga a minha irmã já chega, não é?! - disse Stuart separando os dois.
- Chega? Nem comecei ainda, vou bagunçar sua irmã inteirinha! - disse Leandro ofegante.
Ri baixinho acompanhado de Lucas.
- O que você falou, Moleque? - Disse Stuart encarando Leandro.
- Saí Stuart, para de ser implicante! - disse Byanka.
- Vem dear, deixa eles se curtirem. - disse Asha rindo e puxando Stuart longe de Leandro.
- Tô de olho em você! - disse Stuart desconfiado.
- E vocês o que tanto conversavam lá em cima? - disse Paulo.
- Ah, além de seu filho ser um doido e ainda vai me matar do coração - sorri em direção ao Lucas - Eu tenho uma notícia para dar.
Lucas e eu ficamos nos olhando vidrados um no outro.
- Qual notícia? - perguntou Karina já com um sorriso nos lábios.
- Eu estou grávida, pessoal! - disse sorrindo.
- WHAT? - disse Asha abismada.
- Veio, se vai ser pai! - disse Leandro para Lucas.
Olhei em direção a Karina que estava com as mãos no rosto e os olhos cheios de lágrimas.
- Parabéns Vovôs! - disse em direção a Karina e Paulo que nos abraçaram mega felizes.
Asha me abraçou fortemente mais não tão mais forte de Stuart que me chegou a levantar do chão e dar uma rodada comigo. Byanka apenas sorriu, não entendeu muito bem a notícia e Leandro se animou completamente com a ideia de ser tio.
Senti falta de vovó naquele momento e foi quando percebi que ela não estava por ali conosco.
- Vovó? Onde ela está? - perguntei.
- Ah é, vovó disse que não estava se sentindo muito bem, com dor de cabeça e preferiu voltar para o nosso apartamento. - disse Stuart.
- Mas ela está bem? - perguntei.
- Sim, ela só estava cansada. - disse Karina.
Queria dar a noticia que ela seria bisavó, com certeza se encheria de alegria como papai e mamãe estariam se estivessem ali.

*~

Alguns meses depois Lucas e eu voltamos para o Brasil, deixando Stuart, Asha e Byanka morando no apartamento que Lucas havia comprado quando nos casamos, já que o nosso velho apartamento pertencia a agência de intercambio e o período de intercâmbio de Stuart estava acabando. Karina, Paulo e Leandro foram embora assim que as festas de ano novo terminaram, Leandro e Byanka combinaram que assim que Leandro completasse dezoito anos ele voltaria para Londres e assim continuaram "juntos".
A única noticia ruim de todo esse tempo foi vovó que chegou ao Brasil com pneumonia, não deu nem uma semana vovó foi internada as pressas na UTI com dificuldade para respirar,pensei que fosse pelo frio de inverno em Londres,mas o médico me garantiu que se tratava de uma pneumonia viral, por isso decidi ficar na casa da praia que vovó havia comprado em Santos, mesmo Karina querendo que eu fosse morar em Goiânia para que ela pudesse ficar mais perto de mim e do bebê.
Eu gostava de ficar na varanda da casa olhando para mar sentada em uma poltrona de sisal acolchoada sentindo a brisa do mar mexer em meus cabelos que já estavam estilo Chanel. Eu ficava ali sozinha acariciando minha barriga já de cinco meses contando os dias para vovó voltar para casa com saúde e tentando ficar tranquila para que o meu bebê nascesse bem e saudável. Lucas e eu decidimos não saber o sexo do bebê, pois assim receberíamos um presente surpresa no final dos nove meses, mas todos os exames eram realizados, tanto no bebê quanto em mim, já que o câncer poderia se manisfestar novamente a qualquer momento.
- Oi... - disse Lucas aparecendo na porta da varanda apenas com a cabeça.
- Oi meu amor - digo me ajeitando na poltrona e sorrindo.
- Tá tudo bem por aqui? - disse ele se aproximando.
- Aham. - ele agachou em minha frente e pegou em minha barriga e deu-lhe um beijo.
- E a princesinha do papai, como está? - disse ele fazendo carinho em minha barriga.
- Ou principezinho. - sorri.
- Não sei, mas algo me diz que é uma menina... - disse ele se levantando e sentando ao meu lado, aproveitei e me encostei em seu peito e seus braços me envolveram.
- Só porque a menina é mais grudada com o pai, seu safado! - disse falando quase em um sussurro.
- Claro! - riu.
- E vovó, como está? - perguntei.
Lucas havia ido visitar vovó em meu lugar já que eu estava frágil pela gravidez e corria risco de pegar alguma infecção ou vírus.
- Ela está bem, quero dizer, sem alterações em seu estado! - disse ele brincando com meus cabelos vivos novamente.
- Eu queria que vovó estivesse aqui com a gente, ela iria gostar tanto de ver nosso filho crescer a cada dia. - disse enfraquecendo a voz.
- Ei, ela vai ficar bem. - disse Lucas beijando o topo de minha cabeça.
Ficamos alguns minutos em silêncio quando de repente senti uma pressão forte em uma lado da barriga, coloquei a mão sobre o local e senti o pezinho do bebê que estava empurrando a parede do útero, meus olhos se encheram na hora e eu comecei a rir e a chorar ao mesmo tempo.
- O que houve? - disse Lucas confuso.
- Me dê sua mão Lucas, rápido... - disse pegando suas duas mãos e me desencostando de seu peito e depois colocando suas mão em minha barriga.
- O que foi? - disse ele olhando sem entender.
- Sente... - disse sorrindo.
Segundos depois o bebê chutou novamente com mais força.
- Ai meu de Deus... - disse Lucas surpreso - Ele tá chutando?
Assenti enquanto chorava de emoção e ria de felicidade.
- É a primeira vez que ele faz isso. - disse olhando-o e sorrindo.
- Você está ouvindo o papai e a mamãe conversar é? - disse Lucas falando perto da barriga.
Ele chutou mais uma vez.
- É, ele está escutando! - disse Lucas beijando a barriga novamente - papai e mamãe ama você! - disse ele segurando minha barriga ainda.
- Ai coisa linda, Lucas! - sorri.
- Eu sei! - sorriu pra mim e depois voltou a se sentar novamente ao meu lado e me encostei em seu peito.
-Já pensou em algum nome? - perguntei me aconchegando em seu peito.
- Já, Jurema se for menina e Josevaldo se for menino! - disse ele serio e depois começou a rir.
- Ai meu amor, credo! - ri.
- Desculpa, eu não pensei em nada, mas o que você decidir eu concordo!
- Ah, mais assim não é justo! - disse pegando em sua mão - Vamos combinar: Se for menina eu escolho, se for menino você escolhe
- Tudo bem, mas você já pensou no nome?
- Letícia.
- Letícia?
- Sim - sorri - Era o nome da minha mãe.
Lucas ficou em silencio durante algum tempo depois se inclinou até minha barriga e fingiu cochichar.
- E aí Letícia, que responsabilidade hein! - disse ele e depois rimos.

Um mês depois vovó não resistiu e faleceu de parada múltipla dos órgãos, foi difícil para mim enfrentar mais um baque na minha vida daquele porte, era como se eu estivesse enterrado minha mãe de novo, mas agora no Lugar de vovó segurando em meus ombros e dizendo que sou forte era o Lucas quem havia me dado muitas forças para lutar pela coisa mais importante da minha vida que ainda estava dentro de mim e dependia de mim para sobreviver. Preferi não sair de Santos e continuar morando na casa de praia, já que aquele lugar tinha ar de casa, de lar e seria em um lugar assim que eu meu filho iria crescer.
Karina veio até Santos para cuidar de mim quando comecei a chegar perto dos nove meses, Paulo e Leandro ajudou Lucas arrumar o quartinho do bebê que foi todo decorado com a cor amarela e ursinhos de pelúcias. Alguns dias antes de eu completar os nove meses, Asha, Stuart e Byanka vieram para o Brasil pelo Brasil pela primeira vez, Byanka reencontrou Leandro e pegou fogo como álcool e brasa se é que me entende. Todos estavam ao meu redor novamente, mas quem esteve comigo em todos os momentos do nascimento do bebê foi o Lucas.
Lucas ficou muito assustado quando comecei a gritar de dor em nosso quarto em uma terça-feira de agosto, mas pensou rapidamente me pegou e colocou no carro e me levou as pressas para o hospital onde entrei berrando aos quatro ventos de tanta dor que estava sentido, era como se fosse uma cólica, porém um milhão de vez pior.
Me colocaram em uma maca e começaram a caminhar comigo até que o médico parou e perguntou se o Lucas queria assistir ao parto.
- Precisa? - disse Lucas com medo.
- LUCAS! - Gritei acompanhada de vários berros.
- Tudo bem doutor, eu vou. - disse Lucas assustado com a minha reação.
- Enfermeira, leve o pai para colocar a roupa de centro cirúrgico que vamos levá-la para a sala de parto.
- Meu amor,  vai dar tudo certo! - disse Lucas segurando minha mão e me dando um selinho rápido.
Minha visão estava embaçada de tanta dor, mas não consegui dizer nada apenas chorei. Depois Lucas seguiu com a enfermeira e eu fui encaminhada para a sala de parto que estava cheia de aparelhos. Quando o médico me perguntou qual parto eu havia planejado respondi que não tinha pensado, mas que escolheria o normal já que nunca mais queria ter alguém me abrindo como a última vez na cirurgia para a retirada dos tumores do meu pulmão.
- Katrina meu amor, você é frágil! - disse Lucas morrendo de medo.
- Lucas eu vou dar conta eu sei disso... Aaaahhhhhh! - gritei com fervor.
- Doutor ela teve um câncer de pulmão, ela não pode fazer isso. - disse ele.
- Meu filho, ela está SEC e outra não dá mais para esperar a dilatação já está bem grande. - Disse o médico aconselhando Lucas.
- Eu vou ficar bem! - disse segurando sua mão com força.
Lucas me olhou nos olhos e depois me beijou rapidamente.
- Vamos lá Katrina, preciso que você faça bastante força agora! - disse o médico afastando minhas pernas.
Segurei forte na mão de Lucas e fiz toda a força que podia, gritei por muito tempo e nada. O parto durou cinco horas, eu já estava perdendo as minhas forças e Lucas estava me olhando apreensivo como se houvesse algo errado.
- Vamos lá, falta bem pouco! - disse o médico.
Fiz força máxima pela última vez quando senti um alívio enorme, como se eu estivesse entrando em êxtase e logo em seguida ouvi um choro, um choro alto, um choro forte e estrondante que ecoou pela sala inteira. Era o choro do meu filho, o primeiro som feito pelo meu motivo de vida e pela cara de bobo que Lucas fez ele estava vindo em nossa direção.
- Parabéns papais, é uma menina! - disse a enfermeira sorrindo e trazendo consigo o meu bem mais precioso.

Peguei minha pequena Letícia nos braços que ainda chorava muito, não era pra menos, filha de Katrina Prado e Lucas Corrêa dois seres chorões. Passei as pontas dos meus dedos em seu pequeno rostinho ainda inchado e sujo de sangue, mesmo assim a coisa mais linda do universo, mesmo que seja do meu universo.
- Nasceu meu amor... - disse chorando olhando em direção ao Lucas.
Lucas estava chorando quanto eu, estava trêmulo e emocionado.
- Oi princesinha do papai. - disse Lucas beijando sua cabecinha enquanto chorava.
- Ela é tão linda, não é meu amorzinho?! - disse olhando para Letícia.
- Eu preciso levá-la para a encubadora - disse a enfermeira.
- Tudo bem - disse sem querer soltá-las de meus braços. - vai lá, meu anjo. - disse dando um beijo em minha filha e a devolvendo para a enfermeira.
Lucas me deu um beijo mais demorado e depois me deitei de vez na cama e em menos de dois segundo apaguei em um sono profundo, estava muito cansada.
Sonhei que mamãe e papai estariam em minha frente sorrindo, eu estava em um quarto com Letícia no colo dormindo calmamente, mamãe se aproximou e conferiu o rostinho de Letícia com as pontas dos dedos e depois voltou a olhar para mim.
- Ela é linda, minha filha! - disse mamãe.
- Eu queria tanto que vocês estivem aqui de verdade. - disse.
- Sempre estivemos aqui, olhando por você! - disse papai.
- Trouxemos um presente para ela. - disse mamãe tirando uma correntinha que carregava uma nota musical como pingente do bolso e depois colocou no bracinho dela.
- Obrigada, mãe! - disse sorrindo.
Ela sorriu juntamente com papai.
- Agora descansa meu amor! - disse mamãe beijando minha testa.
Tudo apagou como se fosse um apagão geral. Acordei lentamente com um algumas dores no corpo, mas nada parecido com o que tinha passado na hora do parto, encontrei Lucas sentado em uma poltrona ao lado da cama com nossa filha em seus braços.Ele sorria como um pai abobalhado, brincava com os seus pequenos dedinhos e distribuía vários beijos.
- Sabia que você ficou mais lindo quando passou a ser um pai babão! - disse sorrindo.
Lucas levou um susto.
- Já acordou meu amor?! - disse ele se levantando.
- Que horas são? - perguntei.
- Você dormiu quatro horas só, meus pais e meu irmão estão em casa junto com Asha, Stuart e a Byanka.- disse ele se aproximando.
- Porque ela está aqui? - perguntei 
- Trouxeram ela para você amamenta-la. - disse Lucas me dando um selinho demorado.
- Então me dá ela aqui. - disse me sentando na cama.
Lucas me entregou aquele ser tão pequenininho, mas que representava um mundo inteiro: o meu.
- Oi meu amor, mamãe estava com saudade de você. - disse baixinho para não assustá-la.
- Depois o babão sou eu, - disse Lucas rindo.
- Somos dois babões! - sorri.
Reparei em seu bracinho havia uma correntinha igual ao eu havia sonhado, peguei na correntinha e depois sorri.
- Pensei que tinha sido você que colocou, por isso não tirei. - disse Lucas sentando ao meu lado na cama.
- Fez bem, foi um presente especial. - disse para o Lucas sorrindo.
- Tudo bem! - sorriu.
Logo depois me beijo e segundos depois Letícia começou a chorar e ao contrario dela, rimos.
- Acho que alguém ficou com ciumes. - disse Lucas acariciando sua cabecinha.
- Não papai, é fome mesmo. - disse com foz afinada.
Comecei a amamentar minha pequena e me deu uma vontade enorme de chorar, era muito difícil de acreditar que tudo aquilo era mesmo real.
Eu havia encontrado o amor da minha vida que foi capaz de mudar o meu jeito inteiro de ser, foi capaz de ser o meu suporte quando a vida me deu uma sequencia de rasteiras, que me deu uma família, quem eu o amo com todas as minhas forças e que me deu o minha pequena Letícia. Eu não precisava muito para ser feliz, eu apenas precisava daquilo que me fazia bem e tudo que Lucas trouxe consigo quando entrou na minha vida me fazia bem.
Fui tirada de um meio familiar muito cedo aos meus cinco anos de idade, mas a vida me deu algo que não foi capaz de preencher esse espaço vazio, mas que abriu um leque de lugares capaz de me acrescentar sentimentos e emoções que nenhuma outra coisa foi capaz e ver minha filha em meus braços enquanto eu a amamentava e Lucas ao meu lado me namorando e namorando nossa filha era o meu universo dentro de um quarto.
E sobre o que tenho dizer sobre a vida? Ela sempre estar lado a lado com os opostos e depende de você escolher em que lado estar. Já estive do outro lado, mas hoje o meu lado é ao lado das pessoas que eu amo.



FIM

Agradecimentos:

Queria primeiramente agradecer a todos que leram a essa fanfic, obrigada por não me matarem quando demorei mais de um mês para postar um capítulo, por nunca conseguir postar nos dias certos e mesmo assim vocês continuaram a lendo. Obrigada a vocês que sempre me desejaram palavras de carinho e incentivação e claro obrigada meninas do Equipe Lucas Lucco, vocês enchem meu saco todos os dias mais eu amo vocês!
Para quem não sabe, as integrantes do Equipe Lucas Lucco são: Emelly, Danyelle, Raila, Byanka, Kenia, Rafaela, Thais, Ana Beatriz, Clara e Letícia. Vocês encontraram alguns desses nomes durante a fanfic em personagens.
Queria agradecer também a Carolis (Ana Carolina Martins), a Ingrid Mila, a Sarah Oliveira, a Mariana e Carol Vieira, Joyce Pinheiro e a todos que leram essa fanfic e me falaram qual foi a sensação de entrar na história de Katrina Prado.


Nota da Autora:

Antes de terminar de vez com isso aqui (rsrsr) quero informar que está prevista a segunda temporada da minha fanfic Um Pedaço de Mim, e para quem não leu a primeira temporada os links de todos os capítulos está ali em cima na página escrito "+fanfic's" e se quiserem ficar por dentro de tudo ou ter algum contato comigo  entrem no grupo : https://www.facebook.com/groups/262325250613891/?fref=ts .

Beijos meus amores, meus fanfiqueiros e leitores.

Até a próxima.



Thaynara Carolina
02/10/2014

3 comentários:

  1. Meu Deus foi a melhor fic q eu li até hj em toda minha vidaaa. Parabéns Thaynara vc é uma ótima escritora quer dizer a melhor mundo eu amei essa fic. Eu agradeço mt a vc por que com essa fic eu nunca perdi a esperença de realizar meus sonhos. Bgd Thay <3....

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  2. Mais que fic é essa meu Deus?Amei tudo,chorei também,muito perfeita.Parabéns!Só esperando a 2ª temprada de "Um Pedaço de Mim",que eu amei,assim como a "Vou Te Amar Pra Sempre",todas perfeitas.

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  3. aaah thay lah vem eu sempre aqui nos comentarios so que hj meio atrasada pk fiquei sem net mas ai entro e recebo um presente o ultimo cap da fanfic saiba que amei esse e chorei pra varia kkkk muito obrigado por escrever coisas tao lindas assim saudades da fanfic jah mas vou aguardar a 2 temporada da fanfic um pedaço de mim pk amei aquela tb kk bjss thay ate a proxima fanfic

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