sábado, 6 de setembro de 2014

Lado a Lado - Capítulo 33 - Final

(...)

Parte IV

Os dias após o meu casamento surpresa, passaram tão rápidos que quase não consegui acompanhar. Os pais e o irmão de Lucas continuariam em Londres até o dia de meu concerto que por sinal seria amanhã, eu estava tão nervosa e inquieta que não conseguia se quer ensaiar. Lucas havia feito um cômodo com um piano para mim, sim agora eu tinha um piano só meu, e eu passava quase o dia todo lá na companhia de Lucas que ajudava quando estava em dúvidas em alguma nota para a música que iria abrir o concerto. Lucas, me abraçava sempre, me beijava sempre era como se eu não precisasse de mais nada. Poderia ser eu, ele e o piano para o resto da minha vida naquele quarto.
Lucas estava sentado em um sofá que tinha no cômodo com um caderno anotando algo a dias que nunca deixa eu saber o que era o que ele tanto escrevia, apagava, escrevia de novo, rasgava a folha e tornava a escrever de novo. Eu tocava o piano sem pausas, exceto para olhar Lucas concentrados em seu caderno.
- Lucas... - disse me apoiando sobre as teclas do piano e ele me olhou logo em seguida - Me diz o que você está fazendo ai?
Ele riu.
- Mais é curiosa mesmo! - disse ele fechando o caderno e colocando sobre o sofá.
- Me ajuda, eu não sei mas o que tem de errado na música. - disse desolada.
- Porquê?
- Não consigo alcançar a nota. - disse.
- Eu não sei nada de piano, mas toca pra mim mais uma vez, vamos ver o que falta.
Então obedeci, comecei a tocar uma música composta por mim mesma quando frequentava a Academia de Música Clássica. Era uma música serena nas primeiras notas, mas a música causava um impacto ao aumentar o ritmo da música, bem, típico da Katrina antes do Lucas: Impactante.
Ao terminar Lucas ficou olhando para minhas mãos a linhas nas teclas e depois se levantou e sentou ao meu lado na banqueta.
- Que tal você inverter? - disse ele.
- Inverter? Inverter o que? - disse confusa.
- Você vai abrir o concerto, certo?- disse ele batendo o lapis na beira do piano - Começa com o ritmo mais rápido e depois deixa mais sereno, assim os violinistas conseguem fazer uma parceria com você. - disse ele me olhando sorrindo.
- Sabe de uma coisa? - disse séria.
- O que? - ele me olhava confuso.
- Eu tinha um instrutor de arranjos ao meu lado o tempo todo e não sabia. - sorri.
Ele sorriu soltando o ar dos pulmões.
- Obrigada! - disse lhe dando um selinho demorado.
Ele voltou a me olhar e me puxou de novo e começamos a nos beijar novamente. Lucas tinha o plano de batizar quase todos os cômodos de nossa casa e no cômodo do piano não foi diferente. Passamos o resto da tarde no chão de carpete em longas horas de amor e troca de carinhos. Lucas sempre fazia cada vez ser única, sempre era um sentimento diferente, por isso nunca me cansava e nem recusava cada toque seu e cada beijo que muitas vezes desejei nunca acabar.
As horas se passaram e grande dia chegou. Eu acordei umas cinco horas da manhã, já não aguentava ficar rolando de um lado para o outro na cama, Lucas quase não percebia minha inquietação, pois dormia como uma pedra.
Comecei a arrumar a mesa do Café com tudo que eu comia já que o Lucas comia as gororobas dele. Em seguida tomei banho e coloquei um vestido leve e fui para o cômodo do piano carregando uma xícara de café.
Me sentei frente ao piano e Respirei fundo tentando me concentrar e então comecei a tocar suavemente apenas para aquecer, era Beethoven o preferido de minha mãe, me lembrava de poucas coisas de mamãe e uma delas era quando ela me sentava ao seu lado na banqueta e começava a tocar com um sorriso estampado no rosto e sem entender como se fazia tudo aquilo ficava admirada com o talento de mamãe.
- Bom dia! - disse Lucas aparecendo na porta me tirando de meus devaneios.
- Bom dia. - sorri.
- Acordou cedo. - disse ele caminhando até mim e me abraçando pelas costas.
Senti seu corpo quente envolvendo o meu, seu queixo se acoplou em minha clavícula e sua voz susurrava em meu ouvido.
- O que houve? - disse ele perto do meu ouvido.
- Não sei, acho que é ansiedade. - disse tocando em seu braço.
- É hoje o concerto não é? - disse ele e eu apenas assenti. - Vai dar tudo certo, você é ótima! - ele depositou um beijo em meu ombro e sentou no sofá ao lado do piano.
- E se eu fizer algo de errado? Todos os profissionais mais importantes da música clássica vão estar lá, não quero ser motivo de piada.
- Hei.. - disse Lucas me encarando e franziu o cenho - Pode parar com isso, mocinha!
Soltei um projeto de sorriso.
- Você não faz uma mera apresentação, você dá um show pra Londres inteira, então para de ficar pensando nisso! - disse ele sério.
Entendi que ele não estava brincando.
- Eu queria que minha mãe estivesse aqui. - disse me sentando ao seu lado no sofá creme de estampa com pequenas rosas vermelhas espalhadas esporadicamente pelo tecido.
- Mais ela está onde você estiver! - disse ele pegando em minha mão e depositando em um beijo nela. - Eu tenho uma surpresa pra você. - disse ele me encarando enquanto seus olhos brilhavam.
-  Ai meu Deus, o que é? - digo ansiosa.
- Vou lá buscar, não sai daqui! - Disse ele se levantando e indo em direção a porta.
Fiquei sentada esperando por Lucas retornar e segundos depois voltou com o seu violão e se sentou ao meu lado novamente.
- Pronta? - disse ele ajeitando o violão em seu colo.
Apenas assenti e ele começou a arranhar as cordas de seu violão e as primeiras notas da melodia surgiu e ele começou a cantar e me deixar sem chão.
- Sei lá, dá vontade de te amarrar, colar em você e te prender a mim, vontade de casar, ter filhos pra agente cuidar pra sempre namorar...
Nem preciso dizer o estado que eu já me encontrava, né?!
- Eu sei tô viajando, tô novo mais o que custa sonhar?  Se o tempo não para de passar e nunca vai parar, num piscar de olhos tá passando mais de um mês, a gente fica velho o que a gente fez, não deixe nosso plano acabar, esteja aqui amanhã quando eu acordar...
Resfoleguei.
- Momozin, vamos fazer assim eu cuido dr você, você cuida de mim, não desisto de você e nem você de mim, vamos até o fim... dá a mão pra mim...
Não sei se o Lucas parou pelo meu estado ou seria que a música terminava ali mesmo.
Abracei Lucas e depois lhe dando um beijo, ele acariciava meu cabelos curtos que havia começado a crescer a alguns dias.
- Lucas, eu te amo, eu te amo muito. - disse entre soluços.
- Eu também te amo, minha linda.
Depois de um certo tempo, Lucas teve que seguir para a  agência, pois tinha algumas fotos para fazer e eu fiquei em casa ensaiando para mais a noite no concerto.
Quando foi por volta das 11h a.m. a campainha tocou e ao atender, quase tive um infarto.
- Oiiiiii!!!! - disseram todos juntos.
Asha, Stuart, Byanka, Leandro, Karina, Paulo e vovó bem na minha frente sorrindo.
- Que saudade de vocês! - disse olhando para eles.
- Eu também estava, sua desnaturada! - disse Asha me abraçando e puxando uma sucessão de abraços.
- Você não foi nenhuma vez visitar a gente! - disse Asha.
- Desculpa pessoal, é o concerto ele está me deixando maluca!
- É o concerto ou o Lucas? - disse Byanka.
- Byanka!! - disse Stuart lançando um olhar de repreensão em Byanka.
Sorri.
- Os dois Byanka! - disse. - Só que cada um de um jeito. - pisquei um olho.
Ela sorriu.
- E meu abraço, cadê? - disse Stuart.
Lhe dei um abraço de saudade ele me ergue pela cintura por ser mais baixa que ele e qualquer um da face da terra.
- Ei... - disse Byanca dando uma cotovelada em Leandro.
- Oi meu bijuzinho! - disse Leandro.
Byanka o olhou com o cenho fanzido.
- Eu já disse pra não me chamar assim! - disse lhe dando um tapa na cabeça.
- Ai, assim eu gamo de vez, já disse benzinho! - disse Leandro todo vidrado.
- Ai mereço! - disse ela revirando os olhos.
- Byanka, dá uma chance pro Leandro logo! - disse Asha.
- WHATS? - disse ela surpresa - Never, querida, never!
- Olha que conheço um casal que não podiam se encontrar que um implicava com o outro. - disse olhando para Asha e Stuart.
- Oi? - disse Stuart fazendo-se de desentendido.
Rimos.
- E o Lucas, Katrina? - perguntou Paulo.
- Ele foi na agência, mas logo ele está aqui. - disse sorrindo - Melhor eu cuidar no almoço.
- Quer ajuda, querida? - disse Karina.
- Claro - sorri - Vovó, ajuda também?
- Por onde começamos?! - disse vovó bem-humorada.
Começamos a preparar o almoço enquanto Paulo, Stuart, Leandro e Byanka ficaram na sala. Aquele apartamento estava bem mais pequeno com aquele batalhão, mas estava cheia de carinho.
Enquanto estava preparando a salada, percebi que Karina me observava, Me senti um pouco sem jeito, mas não sabia o real motivo até que ouvi sua voz doce pronunciar meu nome.
- Katrina.
A olhei.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Claro Karina, o que houve?
- Você percebeu alguma coisa diferente em você?
- Diferente? - disse confusa.
Além de meus cabelos estarem crescidinhos, na altura da orelha, nada mais havia mudado em mim ou o que eu havia percebido.
- É, quando você se olha no espelho nada lhe chama atenção?
- São meus cabelos? - perguntei.
- Além deles.
- Karina, me desculpa mas, eu não estou conseguindo entender onde você quer chegar. - disse me sentando na banqueta do balcão da cozinha.
- Vou ver se eles querem alguma coisa lá na sala. - disse vovó nos deixando a sós.
Karina caminhou até mim e se sentou na banqueta em minha frente.
- Katrina, eu sei que eu não devo me meter na vida de vocês dois é que o Lucas...ele... a gente...
- Eu sei, vocês muito próximos. - disse preocupada.
- Isso. - respirou fundo - E ele é meu filho mais velho e o primeiro a sair de casa.
- Karina, o que está acontecendo? - Eu estava realmente preocupada.
- Vocês andam se cuidando?
Oi? Ela estava me perguntando isso mesmo? É o fim.
- Karina a gente se cuida, mas tem vezes que nós não sentimos necessidade. - disse completamente envergonhada.
- Então é isso. - disse Karina sorrindo.
- Isso o que? - perguntei.
- Katrina, você tem certeza que não sentiu nada de diferente?
- Tenho.
- Nada mesmo?
Mais que coisa, descobri de onde o Lucas puxou a ser teimoso.
Ela colocou a mão sobre minha barriga levemente e depois me olhou nos olhos.
- Não - ri - Eu não estou grávida, se eu estivesse eu certamente saberia. - disse ainda rindo.
- Já fez o teste? - disse ela tirando a mão.
- Não, mas eu tenho certeza Karina. - fiquei sem jeito - Eu sei que você quer que seu neto nasça no Brasil e a gente prometeu que vai ser assim, por isso estamos fazendo o possível que isso aconteça só quando formos voltar para o Brasil. - disse tentando acalmar Karina.
- Eu sei, querida e agradeço por isso, mas faça o teste só para vocês terem a confirmação.
- Tudo bem, Karina. - disse sorrindo, mas não iria fazer teste nenhum.
- O que as duas mulheres da minha vida estão conversando? - disse Lucas aparecendo na porta da cozinha.
- Oi meu amor! - disse me levantando e lhe dando um beijo.
- Tudo bem por aqui? - disse ele me olhando.
- Aham. - sorri.
- Oi, mãe. - disse ele abraçando ela.
- Tudo bem, meu filho? - disse ela segurando seu rosto.
- Tudo ótimo, mãe. - disse ele beijando o topo de sua cabeça.
Ela sorriu.
- E esse cheirinho de Minas? - disse ele olhando em direção a panela.
- Não Lucas, não mexe. - disse Karina.
- Só um pouquinho, mãe. - disse ele abrindo a panela e pegando a colher.
- Lucas, não pode fazer isso a receita desanda.  - disse ela indo em sua direção.
Lucas pegou um pouco na panela e colocou na boca, Karina lhe deu um tapinha de brincadeira nele e ele saiu gargalhando com aquela cara de menino.
- Você não tem jeito! - disse rindo da cena.
- Tá bom - disse ele rindo e vindo em minha direção - Fica mais gostoso comendo direto da panela.
- Vai acabar apanhando da sua mãe. - disse.
Ele riu e me abraçou pela cintura e me ergueu me sentando em cima do balcão.
- Lucas! - disse envergonhada por causa da Karina.
- Só um beijinho. - disse ele fazendo biquinho.
Lhe dei um selinho demorado e depois desci do balcão, olhei para Karina que nos observava de lado e me senti sem jeito.
- Precisa mais de ajuda? - perguntei.
- Não querida. - ela sorriu gentilmente.
- Vamos lá na sala? - disse Lucas.
- Vamos.
Peguei na mão de Lucas e ele me olhou e ficou me observando enquanto íamos para a sala que não era nem dois segundos de distância.
- O que foi? - disse ele.
- Nada ué. - sorri.
Ele me observou mais um pouco e depois desviou o olhar para o pessoal na sala conversando e rindo.
- Kat, já escolheu a roupa pro concerto? - disse Asha.
- Mais ou menos, acho que vou com aquele vestido rosa. - disse.
- Nem a pau! - disse ela - Vai com o vestido que comprei pra você, está no seu quarto em uma sacola.
Agradeci e minutos depois Karina nos avisou que o almoço estava pronto e então nos reunimos em volta da mesa que por milagre de Deus coube todo quase todo mundo, apenas Byanka e Leandro se sentaram no balcão.
Durante o almoço todo o assunto que eu havia conversado com Karina ficava martelando em minha cabeça, por mais que eu tentava pensar em outro assunto eu olhava para Lucas e imaginava um filho com seus mesmos olhos hipnotizante e voltava a enlouquecer.

(Continua...)

2 comentários:

  1. oi thay jah estou curiosaaa pra varia mas estou a espera e cm sempre amando bjsss

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  2. Thay continua logooooo vai,amando a fic viu, #continuaaaaaaa

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