sábado, 17 de maio de 2014

Lado a Lado - Capítulo 12

(...)

Quando acordei minha cabeça doía um pouco, mas nada acima do normal, me levantei da cama, prendi meu cabelo em um coque e segui ainda descalça para o corredor quando encontrei Asha carregando o cesto de roupa suja para a lavanderia e estranhei, porque sinceramente a Asha só não é mais preguiçosa porque é uma só.
- Hei... - digo chamando-a.
- Kat?! - diz ela se virando para confirmar. - Já acordou?
- Como assim já?
- É seis da manhã. - diz ela.
Eu franzi as sobrancelhas, porque parecia que eu tinha dormido até as seis da tarde.
- E porque você está de pé já e com o cesto de roupa suja nos braços? - digo
- É que... - ela se aproximou de mim e disse cochichando - o Timmy está ali. - disse ela apontando para a porta do quarto dela fechado.
No mesmo momento eu comecei a fazer o caminho: Timmy → gay → Asha → hétero → Oi?
- Não, sério?! - digo surpresa e já sorrindo.
AMÉM A ASHA DESENCALHOU, mas logo depois vi que não quando ela mesma continuou falando.
- Quem me dera Kat... ele bebeu algumas taças de vinho a mais no barzinho e eu não deixei ele voltar dirigindo pra casa. - disse ela com cara de desapontada.
- Calma Asha, se você não percebeu ele está deitado na sua cama daqui uns dias você vai está lá com ele! - digo sorrindo.
- Que Allah te ouça! - disse ela pegando o ruma da lavandeira de volta.
Sorri antes de entrar no banheiro para escovar os dentes e lavar o rosto, depois segui pra sala e sentei no sofá enquanto comia cereal e assitia TV e tentando recapitular o que acontecido na minha vida em menos de vinte e quatro horas, era muita informação pra minha cabeça: 1)Um câncer, só pra começar bem a recapitulação. 2)O Lucas sendo a pessoa mais sensível desse planeta comigo e 3) o que eu faço agora?!
Eu não conseguia deixar a ficha cair que eu estava doente e que qualquer minuto eu posso morrer, pela primeira vez da minha vida eu comecei a enxergar como eu era idiota quando disse para o Lucas que depois de terminar o que minha mãe havia começado eu poderia morrer, o que diabos eu tinha? eu não quero morrer, não quero ter que largar meus amigos e o Wendel e ainda faze-los sofrer, que espécie de amiga sou eu? E de repente fui arrancada dos meus pensamentos com um beijo do Lucas em minha testa.
- Bom dia. - diz ele sorrindo.
- b-bom dia. - digo gaguejando sem jeito.
- Como passou a noite? - disse ele sentando ao meu lado.
Como ele era lindo, eu não me cansava de repetir isso pra mim mesma. Aqueles olhos castanho claro mesmo que inchados de tanto dormir conseguiam me hipnotizar, o cabelo todo bagunçado e aquela carinha de neném que ele acorda de manhã e sem falar no sorriso que sai a cada duas palavra que ele fala.
- Bem dormida. - digo enfiando uma colher de cereal na boca pra não falar nada do não devia.
- Pensei que iria descansar mais - disse ele pegando o cereal da minha mão.
- Eu também - disse olhando ele roubar minha tigela de cereal.
- Não se esquece que daqui a pouco a gente tem que voltar no hospital. - disse ele mastigando.
- Shhhhh! - digo - Tá maluco? A Asha tá acordada e ali na lavandeira.
- Desculpa, eu não sabia.
- Okay, eu sei mas depois que todos saírem. - digo abraçando uma almofada.
E de repente aquele silêncio sinistro apareceu entre a gente.
- Lucas? - digo o encarando.
- Hum? - murmura ele coma boca cheia  do MEU cereal.
- Você ainda tem uma pergunta pra me responder, lembra?
Ele diminuiu a frequência do mastigar, largou a tigela em cima da mesa de centro e engoliu.
- Eu já te respondi. - disse ele em olhando com um olhar um tanto confuso.
- Não, não me respondeu.
- Já disse, estou cuidando de você porque o Wendel me pediu antes de ir lembra?
- E se ele não tivesse pedido você também cuidaria de mim do mesmo jeito?
- Porque você está me perguntando isso agora, Katrina? - disse ele confuso.
- Porque ninguém faz isso por um simples pedido.
- Eu est... - ia dizendo Lucas quando a Asha apareceu.
- Alguém sabe onde que o Stuart se meteu?... a oi Lucas.
- Oi Asha.- disse ele forçando um sorriso.
- Nós não sabemos Asha. - digo sem olhar pra ela.
- Okay, então... - disse ela voltando para a lavandeira.
- Mudei de ideia, vamos agora. - digo me levantando do sofá.

No hospital, enquanto esperava o Dr. Thalles me atender, vi alguns pacientes que faziam tratamento contra o câncer, alguns de cadeira de rodas, outros na maca e até crianças carecas e com uma bolça de soro ao lado deles. Lucas percebeu o quanto encarava aquelas pessoas com a expressão de medo e então ele segurou minha mão com força e o olhei e em seguida ele beijou minha mão.
- Vamos lá, Katrina? - disse o doutor.
Segui com o Lucas de mão dadas até a sala, o doutor deu uma olhada por cima do ombro antes de entrarmos na sala.
- Namorados? - disse doutor nos olhando.
- Ah, não. - digo olhando pra nossas mãos - ele é só um amigo. - digo e logo em seguida senti uma áurea de decepção pairar sobre o rosto do Lucas.
- Que bonita a amizade de vocês! - disse ele piscando um olho.
Eu e o Lucas sentamos atrás da mesa enquanto o doutor mexia em alguns papeis.
- Como passou a noite? - disse o doutor sem me olhar.
- Bem. - digo sem ter mais o que acrescentar.
- Tudo bem, vamos começar... - ele cruzou as mãos sobre a mesa - vamos marcar a retirada dos tumores pra daqui duas semanas e até lá você precisa tomar um coquetel de medicamentos para ver se conseguimos diminuir eles, tudo bem?
"Tudo bem" era uma frase meio irônica na minha situação, porque eu nunca vou estar "tudo bem" porque eu sempre vou ter um câncer que matando por dentro e me impossibilitando ficar "tudo bem", mas relevei meu pensamento e concordei.
- O coquetel será aplicado diretamente no seu organismo então você precisa vir todos os dias até o dia da cirurgia para receber a dose do coquetel.
- Tem algum risco de ter algum efeito colateral? - diz Lucas.
- Não, pode - se que aconteça que ela sinta dores de cabeça e enjoo mas na maioria das vezes isso só acontece na quimioterapia.
Ele me entregou um encaminhamento para a cirurgia e a autorização para receber as doses do coquetel durante duas semanas.
- Hoje você toma a primeira dose, okay? - disse ele se levantando.
Assenti com a cabeça e depois eu e o Lucas nos levantamos, seguimos para a ala de tratamento de pessoas com câncer, eu nunca pensei que começaria a frequentar aquele lugar mas ao contrário do que as pessoas normalmente pensam não era o fim da linha e sim o começo, vi muitas pessoas bem com a camiseta escrito "I beat cancer!" que significa "Eu venci o câncer!" era uma camisa disponibilizada pelo hospital e que me inspirou enfrentar esse tratamento.
- Espere aqui, que a enfermeira já vem aplicar, se sentir enjoada ou com dor de cabeça tome um calmante para dormir, isso vai ajudar. - diz ele sorrindo.
- Obrigado, doutor! - diz Lucas me ajudando a sentar na poltrona.
- Cuida bem dessa garota, ela é única. - diz o doutor batendo no ombro do Lucas.
- Eu sei doutor, eu sei. - diz Lucas me observando.
O doutor saiu e o Lucas se sentou em um cadeira ao meu lado segurando minha mão.
- Você acha que isso vai resolver? - digo preocupada.
- Claro que sim, você vai ficar boa! - diz ele sorrindo.
Logo em seguida a enfermeira apareceu enganchando duas bolsas de soro com os medicamentos nelas e as pendurou pedindo que eu estendesse o braço e em seguida inseriu a agulha.
When you finish the first one, let me know please! - disse a enfermeira par ao Lucas.
(Tradução: Quando acabar a primeira, me avise por favor!)
- Okay, thanks you! - respondeu Lucas me impressionando.
Logo depois se virou pra mim enquanto eu o encarava.
- Quando ia me contar que já sabe falar inglês? - disse
- Não sei. - disse ele rindo.
Fiquei com aquele coquetel entrando na minha corrente sanguínea durante cinco horas a primeira bolsa e mais cinco a outra, e durante esse tempo que estava ali sem fazer nada eu e o Lucas começamos a conversar sobre a Asha e o Timmy, sobre minha infância na casa da vó Nina, sobre ele quando criança que aprontava cada pérola, e nem parecia que eu estava em um hospital na ala de tratamento contra o câncer e recebendo um coquetel para a retirada de dois tumores. Ele me fazia bem mesmo inconsciente me fazia bem, era uma força tão grande que vinha dele em minha direção que não restava mais dúvidas que dali sairia a minha cura.

(Continua...)


Comentário da Autora:
 Oi amores, tudo O.K? me desculpem por não ter postado ontem porque meu computador deu P.T. e não pega a net -.- e hoje estou postando mais cedo porque a noite tenho um casamento pra ir, aiwn ♥ casamentos eu choro pakas :') espero que gostem do capítulo de hoje que está meio curtinho mas dá pro gasto. Que tal comentarem aqui uma continuação pra esse capítulo? as vezes eu gosto e posto ele e coloco o nomezinho de vocês lá na dedicatória lá em cima. Beijinhos ;*
Pra quem que saber do que se trata os livros do escritor John Green (O autor de A culpa é das Estrelas) eu fiz uma resenha de todos eles aqui: http://secretsofprincess.wordpress.com/

Gripo da Fanfic: https://www.facebook.com/groups/262325250613891


  • O que Asha fazia enquanto Katrina e Lucas conversavam na sala?


3 comentários:

  1. Eu acho que quando o Wendel descobrir que a Katrina tá dom câncer ele vai terminar com ela.Ai vai ser a deixa para o Lucas,ele já está cuidando dela mesmo,ai além de carinho ele vai dar amor,aowwwwwtttt que lindo.

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  2. ela tava na lavanderia e depois perguntou do stuart aiiiiiiiiiii thay estou amanda o fanfic a hora q eu começo a ler eu fico viajando imaginando cm q seria se eu estivesse asistindo na tv mas ate amanha bjsssss

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  3. continuação pro cap "eles saíram do hospital e foram caminhando para uma praça q tinha ali perto, e quando passaram em frente a uma floricultura, lucas comprou uma rosa e a entregou... ou apenas pegou uma flor numa arvore e colocou na orelha dela." bem cliche memu, e dai? bj xau

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