domingo, 18 de maio de 2014

Lado a Lado - Capítulo 13

(...)


No dia seguinte, no meu segundo dia de tratamento eu e o Lucas estávamos novamente no hospital enquanto eu recebia minha segunda dose do coquetel de medicamentos. Eu estava admirada com o Lucas falando tudo em inglês já, ele ainda se atrapalhava um pouco com os verbos mas ele já entendia tudo, confesso que me senti orgulhosa dele nem parecia aquele cara que chegou com o sotaque do interior de minas.
- Você não tem ensaio fotográfico hoje? - digo olhando pra ele enquanto mexia no celular.
- Tenho, mas é a noite... adivinha onde vai ser? - diz ele sorrindo pra mim.
- No Big Bang? - digo chutando.
- Já fomos lá... tenta de novo. - diz ele com animação.
- No museu de cera? na praia? na roda gigante?
- Não, não e não... mas na praia seria uma boa ideia com esse frio, hein!
- Isso, ai você nada de sunguinha na água quase congelada do Atlântico. - digo irônica. 
- Não fiquei louco... ainda. - ele sorri.
- Ainda! - digo dando ênfase e depois rimos.
- Não tem mais opções? - diz ele.
- Não sei... fala logo. - digo
- No Hyde Park! - diz ele empolgado.
- Sério? - digo relembrando de tudo que se passou naquele lugar.
- O pessoal da agência me perguntou se tinha algum lugar em que eu me sentia bem a vontade pra fazer um ensaio pra uma coleção de roupas da Zara.
- O que? da Zara? aquela marca de roupa que a Asha...
- É doida? é essa mesmo. - diz ele.
Eu fiquei surpresa por ele levar uma agência na parque em que eu considerava só meu apesar de centenas de pessoas irem lá todos os dias, mesmo assim fiquei enciumada e pelo fato do Lucas posar pra Zara que é uma marca de roupa famosíssima.
- Parabéns, big boy! - digo sorrindo.
- Mas tem outra coisa. - disse ele ficando um pouco sério.
- Ai meu Deus, o que? - digo preocupada.
- Eu disse que levaria uma garota pra ser fotografada comigo e eles adoraram a ideia.
- Que legal... ela é bonita? - digo inocentemente.
- Bonita? - ele ri - ela é linda, tão linda que me faz perder a fala algumas vezes.
- Cara, é Megan Fox? porque se for, eu concordo! - digo acelerada.
Ele ri novamente.
- Ela é meio lerda as vezes.
Comecei a rir sem sacar absolutamente nada enquanto a enfermeira vinha na nossa direção tirar a agulha do meu braço e me liberar. Logo em seguida saímos do hospital e começamos a andar nas ruas em direção ao centro da cidade quando comecei a sentir os tais efeitos colaterais daquele coquetel, minha cabeça começou a dar dores tão fortes que não conseguia ficar com os olhos abertos , eu me agarrei no braço do Lucas para parar.
- O que foi? - disse ele preocupado me segurando pela cintura com o braço.
- Minha cabeça. - digo.
- Vem cá... - diz ele me conduzindo até um banco de uma praça.
Ele me sentou no banco e mesmo com o sol saindo bem ralo o frio ainda era eminente.
- Quer voltar para o hospital? - disse ele me olhando preocupado.
- Não, não precisa... - digo - Eu preciso só ir...
E bem no instante em que eu iria concluir a frase o vômito subiu pela garganta e no mesmo momento o Lucas segurou me cabelo enquanto eu me virava para o lado e colocando tudo pra fora.
-  Ai que nojo! - digo me recuperando.
O Lucas ri.
- Tudo mundo já passou por isso.  - disse ele tentando me tranquilizar.
- Não no meio da rua. - digo.
- Ninguém vai perceber a neve esconde. - disse ele ainda rindo.
- Cala a boca e me tira daqui- digo meio irritada.
Andamos mais algumas quadras e encontramos um táxi próximo ao centro e voltamos para casa. Ao entramos em casa encontrei Stuart e Asha olhando fixamente para a TV com cara de abismados olhei rapidamente para a TV mesmo assim não consegui entender o que se passava no Jornal.
- O que houve que vocês estão olhando assim pra TV? - digo pendurando o casaco.
Rapidamente Asha e Stuart disfarçaram e o Stuart desligou a TV.
- A mesma coisa de sempre. - disse Asha indo em direção a bancada da cozinha.
- Como foi o ensaio hoje? - pergunta Stuart.
Eu ainda não havia contada a eles sobre o que estava acontecendo e sobre minhas saídas diárias eu dizia que ia na academia de música treinar, mas a verdade é que eu havia trancado minha matrícula para frequentar o tratamento, mas de uma coisa eu não desisti, o concerto de primeiro de Janeiro, o Lucas disse que era um sinal ótimo de que eu não havia me entregado para o câncer como qualquer outra pessoa poderia fazer em dois tempos.
- O mesmo de sempre, né Lucas? - digo pedindo reforço.
- É, meus ouvidos estão até zumbindo por causa do barulho. - diz ele interpretando.
- Normal, eu sei o que é isso quando a Kat me obrigava ir com ela pra assistir aos ensaios. - diz Asha.
Eu senti que eles dois estavam escondendo alguma coisa de mim e que a mentira estava reinando naquele apartamento tando da minha parte como da deles.
- Ah, tem umas encomendas pra você ali Katrina. - disse Stuart.
- Encomendas pra mim? eu não pedi nada... - digo confusa.
- Eu me dei liberdade pra ver de quem era, é da sua avó Nina e umas cartas. - disse Asha.
Me aproximei de uma caixa pequena, diâmetro de um livro grosso e alguns envelopes em cima da mesa e senti o Lucas me acompanhar.
- Quando chegou? - pergunto.
- Assim que você saiu. -disse Asha se sentando ao lado do Stuart.
Peguei a caixa e comecei abrir enquanto o Lucas olhava as cartas. Conforme eu abria a caixa ia revelando uma espécie de álbum abranco com "O livro da minha história" escrito em dourado, virei a capa e na primeira página que costuma ser toda limpa havia uma dedicatória com a letra inconfundível da vó Nina.
" Minha estrelinha,
Já que você está tão longe de sua velha avó e não tem como eu viver sua vida com você aqui está um jeito de você me mostrar como é sua vida quando vim me visitar,
                                                                                            com carinho,
                                                                                                    Vó Nina."
Meus olhos se inundaram, eu me sentia completamente culpada por deixá-la sozinha em Santos, meu avó havia morrido quando eu tinha apenas três anos e logo depois meus pais morreram e como minha mãe era filha única e meu pai também ficamos apenas eu e minha avó fazendo companhia uma para a outra e tenho medo que algo aconteça com ela e eu esteja longe.
- O que é isso? - disse Lucas curioso.
- Um álbum, minha vó é incrível! - digo limpando o rosto.
- Será que já tem fotos? - disse ele.
Eu comecei a folear as páginas e também a encontrar fotos em ordem cronológicas desde o primeiro mês de gestação da minha mãe até os meus dezesseis anos no aeroporto que foi a última vez que eu a vi. Comecei a chorar a cada foto que eu via e me lembrava do momento em que ela foi tirada, a saudade dos meus pais prevaleceu pois eles estavam em todas as fotos tiradas até os meus cinco anos, nas festinhas de aniversário, apresentações na escolinha, no dias da mães, no dia dos pais, no natal e aquilo foi revirando minhas lembranças e deixando meu choro mais compulsivo até não conseguir ver mais nada por causa das lágrimas.
- Ô meu bem, calma... - diz Lucas acariciando minha cabeça enquanto chorava abraçada a ele.
- Porque minha vó faz isso comigo... - digo entre soluços.
- Ela só queria te dar um presente, fica calma. - disse ele.
- Gente o que houve? - disse Asha se aproximando junto com o Stuart.
- A vó Nina mandou um álbum pra ela com algumas fotos. - diz Lucas.
- Ai que meigo. - diz Asha olhando algumas páginas.
- Lê a carta dela Katrina, talvez ela explique o porque do álbum. - disse Stuart.
Eu me afastei do Lucas limpando o rosto e recolhendo o álbum e as cartas e depois segui para o meu quarto sozinha.
- Ninguém me chame. - digo trancando a porta.
Me sentei no cão encostada contra a porta e abri a carta da avó Nina que como de costume vinha com cheirinho de vovó e no envelope creme e comecei a ler.

"Minha querida estrelinha,

Como as coisas estão ai em Londres? deve estar muito frio não é mesmo? use muito agasalho, não exagere no tempo fora de casa e tome muito chá de hortelã antes de dormir para não pegar resfriado.
O Natal está chegando e como eu não sei o tempo que leva para as cartas chegarem ai resolvi mandar antes, porque é melhor o presente chegar adiantado do que atrasado. Mandei um álbum, parecido que dei a sua mãe quando ela tinha a sua idade ela adorou parece que até hoje vejo o rostinho dela sorrindo pra mim toda vez que tirava uma foto nova e vinha pedir pra mim revelar pra que ela pudesse colocar no álbum , eu até de daria ele se sua mãe no tempo de rebeldia não tivesse jogado no seu primeiro namoradinho e caído na lareira, sei que foi daí o seu gênero difícil. Espero que você o traga entupido de fotos daí e estou muito ansiosa para te ver de novo e como anda os ensaios para o concerto falta penas três semanas hein!
Se cuida minha netinha querida e me prometa vir logo me visitar e me trazer o seu namorado Wendel para eu conhecer.

                                                                                                                Com muito amor, 
                                                                                                                     Sua avó Nina."

Mesmo com as palavras que eu sentia saudades de serem escutadas e não lidas, a vó nina me acalmava mesmo não estando perto de mim, o choro sessou e eu fiquei orgulhosa de saber que eu tinha alguma coisa da minha mãe, mesmo sabendo o meu som pra música igual a ela, mas algo de gênero e prometi a mim mesma que logo depois do concerto eu irei visita-lá e levar o Wendel comigo. Peguei a próxima carta e vi que do Wendel e abri logo em seguida.

"Meu amor,

estou escrevendo essa carta de uma estação de trem que leva para o meu campo de treinamento de Israel, não vou mentir pra você eu estou com pressa em escrever essa carta e com medo também, alguns companheiros neste trem me disseram que forjaram a nossa entrada para o campo de treinamento, lá não vamos poder ter contato com ninguém além de não sermos exatamente um fuzileiro da infantaria americana e sim da tropa de combate dos rebeldes contra o governo dos Estados Unidos e isso quer dizer que vinte e quatro horas estaremos na mira de guerrilhas e rebeldes, eu sinto muito por não ter aproveitado mais o nosso tempo juntos eu tenho medo de não poder voltar pra te abraçar de novo e mesmo se acontecer alguma coisa comigo saiba que eu irei morrer feliz em saber que passei os últimos quatro anos com a mulher da minha vida. 

                                                                                                                             Eu te amo.
                                                                                                                                Wendel."

No mesmo instante que terminei de ler a carta minhas mãos começaram a tremer eu não conseguia crer no que meus olhos estavam lendo, no mesmo instante me levantei abri a porta e fui correndo até a sala e arranquei o controle da mão do Stuart e coloquei no canal de notícias.
- O que você está fazendo Katrina? - diz Stuart enquanto Asha e Lucas me olhavam confusos.
- PORQUE VOCÊS NÃO ME FALARAM? - digo alterada.
- Não falaram o que? - disse Asha.
Eu paro no canal de notícias e ali estava o jornal comentando sobre uma tropa enviada secretamente para liquidar os rebeldes israelenses como se fossem insetos e que além de serem completamente agressivos tinham armamento forte quanto o exército americano.
- DISSO... - digo apontando o contro em direção a TV e encarando a Asha e o Stuart - COMO VOCÊS PUDERAM ESCONDER DE MIM QUE O WENDEL ESTAVA NESSA MERDA DE TROPA DE COMBATE? - digo muito nervosa.
- O Wendel está na tropa? - disse Stuart completamente assustado.
- Eu jogo a carta em cima do Stuart que começa a ler imediatamente.
- A gente achou melhor não te preocupar, mas nós não sabíamos que ele estava indo nessa tropa. - diz Asha preocupada.
- ELE ME MANDOU UM CARTA, UMA CARTA DE DESPEDIDA, ELE PODE ESTAR MORTO AGORA! - digo ficando mais nervosa a cada minuto.
- Katrina, se acalma! - diz Lucas se levantando e vindo na minha direção.
- COMO EU POSSO FICAR CALMA? O CARA QUE EU AMO PODE ESTAR MORTO AGORA? - digo quase chorando.
- Você não pode ficar nervosa Katrina, se acalma por favor. - diz Lucas chegando mais perto.
- EU NÃO ACRED.... - digo quando uma pontada fortíssima na minha cabeça e no mesmo instante perdi toda a consciência e caindo em direção ao chão, mas antes de cair conseguir senti o Lucas me segurar e logo depois apaguei sem muito esforço.


Comentário da Autora:
Oi anjos, tudo Okay com vocês? como hoje o dia estaca mais folgado, depois de ter uma inspiração básica ontem de um casamento militar , fiz um capítulo maiorzinho :3 O casamento ontem foi da minha prima com um policial,foi simplesmente lindo, ele tava de farda branca de marinheiro e até com aquele bonezinho que eles usam, ela de vestido que parecia neve caindo nos braços e no pescoço lindo de morreeeeeee, eu chorei mais que a noiva mais beleza! kkkkk bebi muito só pra avisar! dfgefgfggregfeg. espero que gostem desse capítulo cheio de surpresas e uma coisa: não vou bancar a Autora chantagista que pede um tanto de comentários, mas eu sou a autora carente: COMENTEM MUUUUUUUITO PLEASE! eu fico tão animada quando você comentam um comentário enorme e lotam o post ♥

Beijinhus fanfiqueiros(as) ;*

  • O que a vó Nina deu para a Katrina de presente de natal?



3 comentários:

  1. deu um album de fotos dela pequena ate a idade de 16 anos a ultima vez q a vo nina viu ela . aaaiii thay pela mor de deus assim vc deixa curiosa pra caramba saiba q cada capitulo fico mais apaixona e obrigado por vc existir na vida de tanta gente cm essas historias maravilhosas e eu n vejo a hr da katrina e o lucas ficarem juntos vai ser perfeitoooooooooo bjsss

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  2. Deu um álbum de fotos dela quando pequena até os 16 anos dela que foi a ultima vez que ela viu a vô dela.

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  3. POOORRRRAAAAAA, como eu chirei lendo esse capitulo, to chorando ainda juro, acho que nao aguento outro desse, chorando litros aqui, ela ganhou um album de fotografia igual o da mae, ja disse que estou chorando? rs

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