domingo, 20 de abril de 2014

Lado a Lado - Capítulo 2

(...)


Depois de um ensaio quase interminável, mas que eu quase não percebi o tempo passar de cinco horas fui até o Hyde Park andar entre as árvores nuas de folhas que fora pintadas pela neve que já começara a cair. Sempre ouvia mamãe contar sobre suas viagens durante sua carreira de pianista e o que mais me encantava era quando ela dizia que Deus salpicava açúcar na cidade quando estava perto do nascimento de Jesus e eu não via  a hora de poder pegar em neve pra saber se era doce mesmo. Aos quatro anos mamãe e papai me levaram em Orlando, na Disney, perto do natal e nevava e era lindo, era exatamente como ela dizia parecia que Deus lá de cima roçava os dedos enquanto caía aqueles floquinhos de neve na minha língua e que tive a conclusão que além de não ser doce era gelado pra caramba.
Atravessei todas as arvores e comecei a subir na ponte, onde dava pra ver as marolas minusculas que causava a corrente da água e toda aquela paisagem incrivelmente fascinante, andei até o meio da ponte e depois parei me encostando no para-peito da ponte e ali mesmo acendi outro cigarro que saboreei sem pressa, a cada tragada fazia questão de soltar a fumaça junto com a fumaça que saía pelas minhas narinas pelo frio. Eu gostava de ficar sozinha em meio a muitas pessoas, é interessante ver como um casal recém casado enxerga tudo perfeito e sorrirem freneticamente a cada palavra de um ao outro, das crianças brincando de guerra de bolas de neve e o que eu mais gosto de observar: Todos eles falando junto. Para alguns é tortura, mas pra mim é como se eu ouvisse uma sinfonia cada um no seu tom e gravidade e que entram em uma perfeita harmonia com o som da água do rio parcialmente congelado descendo a baixo.
Depois de terminar o cigarro por completo, como de costume, atravessei o parque e fui até o centro comercial de Londres onde o fluxo de turistas era grande, todos eles andando fascinados olhando para todos os lados e entrando em todas as lojas, parei em uma banca de jornais e comprei um e em seguida entrei em uma Starbucks e pedi um Latte de baunilha para viagem, me sentei em um dos bancos que há nas ruas de Londres e li o jornal enquanto bebia o Latte que esfumaçava intensamente até chegar meu rosto aliviando o frio intenso daquela tarde, mas eu não me não importava com o frio pelo contrario eu adorava senti-lo em contato com meu rosto deixando as pontas dos meus dedos um pouco mais avermelhadas e os lábios secos.
Ao voltar para casa ás três e meia da tarde abri a porta rezando para que a Asha tivesse me escutado e não tenha vomitado no carpete da sala e quando entrei respirei aliviada ao ver o chão da sala impecável, soltei a bolsa em cima do sofá e tirei o cachecol em quanto seguia até o quarto da Asha.
- Toc toc - digo imitando a onomatopeia do som da porta. - Ei, Asha.
- hummm... - murmura ela se contorcendo na cama.
- Só pra avisar , são três e meia.
- Que diabos você tá acordada as três e meia da madrugada? - diz ela colocando a cabeça debaixo do travesseiro.
- Três e meia da tarde, Lady.
- WHAT? - diz ela dando um pulo da cama. - porque você não me acordou antes?
- Girl stop there! eu te avisei que eu estava indo para o campus e que voltava a tarde.
- Shit, eu achei que tava sonhando! - diz ela abrindo o armário e pegando a primeira calça que viu.
- Porque essa pressa toda?
- Eu preciso comprar roupas pra hoje.
Eu solto um riso meio irônico.
- Para Kat! você sabe como é horrível pra mim usar a mesma roupa na mesma festa.
- Sorry.
-  Cadê o  Stuart?
- Não sei, você que ficou em casa o dia todo.
- Corrigindo, meu corpo estava em casa o dia todo eu não.
- Okay, na onde você estava? - digo entrando na dela.
- Nos braços enormes do Timmy. - diz ela entre suspiros.
Solto outro riso.
- Não tinha desistido?
- Desisti, mas meu inconsciente ainda não e aliás é com ele que vou fazer compras.
- Você é muito louca, menina! - digo.
- Não, sou solteira. - diz ela me dando um beijo no rosto enquanto saía do quarto as presas.
Enquanto eu ia em direção ao meu quarto escuto ela tendo um surto estérico ao se olhar no espelho que tem atrás da porta da sala.
- Oh my god, que decadência que eu cheguei, saindo de casa sem se quer passar um blush...
E não escuto mais pois o som da porta fechando interrompe o som.
Ao entrar no meu quarto percebo que ainda não havia lido as cartas da vó Nina e do Wendel que havia chegado a não sei quantos dias atrás na nossa caixa de correio, peguei elas e segui para cozinha onde peguei mais uma xícara de café fervente e me sentei na poltrona da sala e abri a carta da vó Nina que vinha sempre com o envelope creme e nas duas bordas três rosas vermelhas desabrochadas e com o cheiro da casa de "vovó".


 " Querida Estrelinha,

Como vão as coisas ai em Londres? espero que esteja tudo bem. Na sua última carta você  disse que se apresentaria em um concerto para os maiores maestros da música contemporânea, espero que essa seja sua chance de seguir os passos de sua mãe como você tanto queria. Mas estou com receio que você se machuque nesse meio, porque esse meio não é fácil me lembro de sua na sua idade e o quanto ela se esforçava para ficar impecável mas eles nunca estavam satisfeitos, tome cuidado você é a coisa mais importante pra mim Katrina. Ah, quando vem ver sua pobre vó Nina? estou com muitas saudades de você, e aliás quero conhecer o tal namorado soldado quero ver se ele é a sua altura e se é um bom rapaz pelo menos é o que acho que sua mãe gostaria de fazer, mas se ele faz você feliz ele também me faz feliz e é isso que importa. Não demore para me responder, quero saber de sua apresentação para os mestres em fazer pessoas enlouquecerem.

                                                                                                              Com carinho,
                                                                                                              de sua avó, Nina."

As cartas da vó Nina sempre me fazia me sentir culpada por deixa-la no Brasil sem mim, mas como é que tira uma pessoa de setenta e seis anos do lugar de onde nasceu, cresceu, se casou e teve filhos? É como se eu assinasse seu atestado de óbito e por Deus me livre não quero fazer isso antes de 2081 , se possível. Mas ela me entendia e me apoiava, como dizem avó é mãe duas vezes, se uma mãe apoia o filho em uma decisão uma avó faz sua decisão se tornar mais fácil. Ela ainda não conhece o Wendel, apenas disse a ela algumas vezes em algumas cartas que eu mando para ela, eu desde quando vim para Londres a três anos só voltei ao Brasil uma vez, no mesmo ano que vim para estar presente na minha audiência de emancipação da minha avó depois não consegui voltar, mas pretendo ir em breve e levar o Wendel comigo.
Tomei mais um gole de café e comecei a abrir a carta de Wendel que vem como sempre com o envelope que o exército americano disponibilizava para os soldados mandarem suas cartas que vinham sempre com um trilhão de carimbos e selos de todos os lugares que ela havia passado.

"Meu Amor,

Espero que você ainda não se esqueceu de mim, pois eu não me esqueci de você um dia se quer nesse lugar tenebroso.
Como você está? Senti que você estava meio tensa na última vez que me escreveu, acho que é seu concerto para o teste não é? Tá parei de adivinhar as coisas, sei que você detesta isso. 
Sinto falta de você, e não é pouco é tipo muito mesmo, tem horas aqui que eu me pego pensando se eu não tivesse voltado pra cá desde a última licença, como a gente estaria juntos todos os dias.
Por enquanto aqui está tudo bem, mas ouvi alguns dos homens do pelotão que vamos ter um treinamento em zona de confronto na faixa de Gaza, e sinceramente estou com medo, estou me borrando de medo, mas se passarmos vamos subir de patente e também vamos para infantaria e em seguida poderei ir ai em Londres te abraçar novamente, não sei quando a carta irá chegar em suas mãos mas independente do dia quero avisar que dia 24 de novembro estarei no treinamento e se ter tudo certo dia 20 de dezembro estarei chegando em Londres e vamos ter mias duas semanas só pra gente, sem o chato do Stuart sem a meia desmiolada da Asha, apenas nós dois.
Espero ansiosamente poder ver seu rosto novamente, eu te amo Katrina.

                                                                                                                                      Wendel
                                                                                                                                     16 de Outubro."

O Wendel fazia questão de me deixar preocupada em todas as cartas, eu sei que eles só queria contar como é lá, mas é sempre essa coisa meio preocupante pensar que seu namorado está em um país desconhecido segurando um fuzil em um dos lugares mais perigosos do planeta e usar a frase " SE der tudo certo" pra te contar que "POR ENQUANTO está tudo bem". Pelo Wendel ainda estar em treinamento ele não faz parte oficialmente do exército ele tira uma licença de duas semanas a cada um ano. Conheci ele quando tinha dezesseis anos, no mesmo ano em que cheguei a Londres, ele com vinte anos e estava já em recrutamento estava de licença visitando o Stuart, eu encantada pelo simples fato dele ser bonito pra chuchu e saber que ele era soltado comecei a me sentir uma das personagens dos livros do Nicolas Sparks, e depois de quatro dias ele eu começamos meio que namorar, ele diz que sim e eu digo que não, só considero que começamos a namorar pra valer quando na segunda licença dele ele me fez o pedido e eu disse que não, eu estava assustada ninguém nunca tinha me dito que gostava de mim além dos meus pais e da minha avó que é obrigação deles me amarem, não um garoto bonito e que me segurava pela nuca, mas depois de dois dias de Stuart e a Asha tentando me explicar que ele tinha me pedido em namoro e não em casamento eterno eu aceitei.
Reparei na data em que o Wendel havia escrevido a carta, fazia mais de um mês e provavelmente outra já estava a caminho, olhei em direção ao calendário preso a parede da sala que marcava dia 29 de Novembro me dei conta que ele já havia ido para o treinamento e meu coração começou a bater mais forte, tomei o resto do café que já havia esfriado de uma vez.
Me levantei fui até a escrivania do quarto do Stuart e peguei dois papeis de carta e dois envelope, que ele sempre compra pra conversar quando sua mãe manda alguma carta escondida de seu pai que a proibi de falar com o Stuart, e comecei a escrever um carta para vó Nina e outra para o Wendel rezando que ele esteja bem. Logo depois peguei as duas cartas e fui até a caixa de correio na rua e a coloquei dentro dela. Ao me virar dou de cara com peitoral do Stuart quase me empurrando para dentro da caixa de correio para entregar pessoalmente a carta para a vó Nina e pra o Wendel.
- Ai menino, sai da minha frente! - digo empurrando ele.
- Como você sabia que era eu, sem se quer olhou para o meu rosto?
- Simples! O cheiro do perfume masculino com o nome de feminino exalando na sua camisa branca que a Asha te recomendou hoje manhã e o zíper da sua calça aberta como sempre, porque você esqueceu que essa sua calça sarja bordô está com defeito porque você comprou ela com pressa antes que você se atrasasse para a festa da semana passada. tá bom ou quer mais? - digo com um tom de "eu-sei-mais-de-você-do-que-você-mesmo".
Ele ficou parado me olhando boquiaberto.
- Fecha boca ou você vai morrer coma língua congelada. - digo entrando para o prédio.
- Hei, desde quando se tornou especialista em Stuart Portman? - diz ele acelerando o passo logo atrás de mim.
- Desde que comecei a te ver como meu irmão mais novo.
- E foi quando isso? - diz ele enquanto entravamos no elevador.
- Há três anos atrás. - digo sorrindo enquanto a porta do elevador se fecha.
Quando entramos no apartamento, o Stuart disparou a falar sobre eu tratar ele como o meu irmão mais novo sendo que ele é um ano mais velho, que tinha idade pra ser meu namorado ou meu irmão mais velho e que se sente uma pessoa de costumes de rotina capaz de ser decorado eu abri a porta da sacada e deixei o ar congelante entrar enquanto eu acendia mais um cigarro para assistir o Stuart surtar por mais uns dez minutos antes de concordar comigo e entrar para o quarto para colocar um roupa mais especial para passar o resto da tarde assistindo Chicago fire antes de sairmos para a festa.

(Continua...)


Comentário da Autora:

Oi meus leitores preferidos, tudo okay? Gostaram do segundo capítulo da fanfic? Eu estou a todo segundo pensando em coisas novas e interessantes para escrever aqui, e as coisas vão fluindo do nada na minha cabeça ploft ploft e quando vejo já tenho feito acontecimentos até o capítulo 10. Acho isso meio louco em mim isso já é quase natural meu que é como eu respiro. Queria agradecer as minhas leitoras lindas de bonitas que entupiram meu ego com os elogios ontem, vocês são foda! estou gostando dos comentários, viu? mais vamos aumenta isso?
Para eu postar o terceiro capítulo preciso de 6 comentários no mínimo e.e rsrs.
Ah, e uma novidade das minhas outras fanfics essa vai ser diferente, todo final de capítulo vou deixar uma pergunta aqui nos comentários pra quem leu de verdade me responder, Okay? Beijos. até o próximo capítulo.

  • Quantos cigarros a Katrina fumou nesse capítulo?



10 comentários:

  1. Oi gata da Jady.. acho que foram 2 cigarros..
    continua.. tu escreve p crlh
    - Jady aq

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  2. Oi flor, como o comentário anterior falou, vc escreve p crlh, vc é mt boa cnt bjs

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  3. Elaa ' FumOu DoisS CigarrOs '
    ~ Adoreii CoontiinuA. FlOrr :*

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  4. Cada dia que passa tô amando mais ainda a fic,por favor continua.Ela fumou 2 cigarros.

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  5. uns 2 ... adorei ! não sei porque mas acho que vai ficar tudo bem com wendel, mas por culpa da distancia eles (katrina e wendel) vao começar se afastar mto, conhecer gente nova e acabar tudo .. e acho que ela vai começar gostar do Lucas, mas não vai contar nada a ninguém porque Asha vai estar de rolo com ele :O !

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  6. Você ja pode começar viu?! Ja me deixou curiosa por demais, ja quero ler mais

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  7. Carai tu é muito foda, to amando, continua. ~dois cigarros~

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  8. Aiiii ... Acho q foram 2 cigarros ... Hhahaha agora continua aee kk

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  9. acho que foi uns dois mas continua que eu estou adorandooooooooo

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  10. POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

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